sábado, 31 de outubro de 2009

Dias das Bruxas, do Saci e de quem mais quiser...

Oi amigos, blz?
Yo no creo en brujas, pero que ellas hay, ellas hay!
Quem nunca escutou essa frase hein?
Pois é, hoje, no mundo todo, comemora-se o dia das bruxas, ou melhor, o Halloween. Quem fez curso de inglês quando era pequeno deve ter na lembrança as festas fantasiados de bruxos, bruxas e mortos-vivos, com todas aquelas guloseimas, brincadeiras e histórias de terror. Eu lembro, e gostava bastante.
Aqui no Brasil não temos essa tradição. Quer dizer, mais ou menos. Porque dia 2 tem o feriado de Finados, que nada mais é que lembrar-se daqueles que já se foram. Na origem, o Halloween é a "noite sagrada" (Hallow Evening), a noite em que as famílias lembram-se dos seus mortos com amor e celebração à vida que eles tiveram.
Hoje virou uma festa de crianças que comem doces até carear os dentes e ter dor de barriga. E claro, o dia das bruxas.
Mas porque lembrar do Halloween se a gente nem comemora essa festa aqui nos trópicos brasileiros?
Aí que vem a surpresa. Os brasileiros, muito criativos que são, pensaram: já que não é nossa tradição essa coisa de lanterna de abóbora, não queimamos bruxas em fogueiras (pelo contrário, bruxa aqui é exaltada), vamos fazer desse dia o dia dum personagem tão curioso quanto bruxas e afins. Assim, criou-se o Dia do Saci.
Pois é, hoje, além de Dia das Bruxas no resto do mundo, é o Dia do Saci no Brasil. O dia do personagem malacabado, rengo, sem perna e tinhoso mais famoso do folclore brasileiro.
Depois dizem que brasileiro é preconceituoso. Qual é o país que criou um dia prum personagem deficiente físico? E mais, em que outro país existe um personagem deficiente tão amado e lembrado quanto o Brasil?
Hehehehehehehehe
Pois é. E tem gente que só porque tem uma deficiência diz que não pode fazer nada. Vai ver tudo que esse Saci faz e já fez por aí em suas histórias. Ele é danado de tinhoso, e ativo que só. Desgruda a bunda do sofá e vai aprontar também!
Aproveite dia de hoje, faça suas bruxices e peraltices.
Muitas gostosuras à todos!
Até segunda-feira!
Bjs

Dica de filme: como eu adoooro a turma do Peanuts (é a do Snoopy), já vi trocentas vezes e recomendo o filme It's the Great Pumpkin, especial de Halloween dessa turminha.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Erga-se!

Oi gentes, blz?
Lembram dos dias que eu ficava falando das dores que o frio trazia junto com ele? Pois é, hoje eu comecei a sentir os efeitos do calor.
To moleeeenga que só. Também, essa semana deu pra fazer temperaturas acima de 30 graus todos os dias. Ainda assim, prefiro o calor ao frio.
Hoje é o último dia de Jornada da Literatura. Já participei de 4 jornadas, e essa está sendo fantástica.
Parte da minha moleza de hoje tem a ver com a atração da noite de ontem na Jornada. Pulei, suei, cantei e me diverti demais com o show do Afroreggae. Claro, hoje acordei com dor nas pernas e a moleza por conta do calor. Mas a dor valeu a pena.
A banda Afroreggae faz parte do Grupo Cultural Afroreggae, que faz um trabalho sócio cultural muito legal com jovens lá do Rio de Janeiro. (Conheça a história do Afroreggae: http://www.afroreggae.org.br/index.php).
As músicas deles são ótimas, pra tirar a gente do chão mesmo. Eles fazem o chão tremer, de verdade. E ontem, poucas semanas após eles perderem um irmão e parceiro, eles conseguiram, passar uma alegria e felicidade de forma inacreditável.
Vocês todos devem saber da morte cruel do coordenador social da ONG, Evandro João da Silva, em um assalto na madrugada de 18 de outubro, no Rio de Janeiro. Mesmo com tristeza no coração e saudade de alguém que eles amaram e continuam amando, eles passaram a mensagem da paz e de amor, nesse mundo de violências e preconceitos.
O nome do novo CD da banda tem o seguinte nome: Erga-se!
E é isso aí que temos que fazer. Quando a gente cai, o negócio é se erguer, porque o mundo não para. A vida não para. E se a gente ficar estendido no chão, vai acabar perdendo as maravilhas da vida. Porque há problemas sim. Mas as coisas boas, as alegrias, existem também.
Erga-se já!
Precisa de uma ajuda? Pode contar com a minha mão.
Até amanhã!
Bjs

Em tempo: não consegui a letra da música Erga-se, que é muito boa. Se alguém conseguir, por favor, me envie ou coloque aí nos comentários. Obrigado!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Usando as mãos

Oi amigos, blz?
Ontem à noite participei da conferência com o escritor Guillermo Arriaga e fiquei pensando o tempo todo em vocês, querido amigos que leem o blog, comentam, mandam e-mails, etc.
Arriaga é um mexicano cinquentão, bonitão e um "crânio". Foi ele que escreveu os filmes Babel, 21 gramas e Amores Brutos. Um gênio, não é?
Pois bem, após falar lindamente sobre arte, tecnologia, cinema e literatura e de contar um pouco sobre sua vida, cheia de emoções, Arriaga respondeu às perguntas do público. E foi aí que a coisa "esquentou".
Uma das perguntas que chegou ao palco pedia porque ele sempre falava sobre a morte. Porque seus romances e filmes trabalham tanto com a temática da morte.
Resposta fenomenal: Primeiro, porque todos que estão aqui vão morrer um dia. E, porque falar da morte é falar que há um fim. E, se há um fim, temos de viver uma vida plena todos os dias. Se negarmos a morte, negamos a vida. Então, falar da morte é, na verdade, falar de vida.
Achei isso fantástico. Vivemos negando nosso fim, nossos problemas, nossas dores e cicatrizes. Segundo o autor, ficar careca, ter celulite, ter rugas e etc. são coisas para se orgulhar. São essas pequenas (ou grandes) cicatrizes que contam as nossas histórias, que contam quem somos, o quanto vivemos, aproveitamos, fomos felizes ou tristes. Nossas cicatrizes fazem parte de nós. E, ainda que não gostemos tanto delas, fazem parte da nossa história.
Para terminar, vou sugerir o exercício que Arriaga fez conosco ontem.
Olhe agora para suas mãos.
Mas dê uma boa olhada mesmo.
Olhou?
Pois bem, essa suas mãos serão um dia as mãos de um cadáver.
Mórbido? Nem tanto. Afinal, todos morremos.
Mas o importante desse exercício é olhar para suas mãos e pensar o que você está fazendo com elas enquanto ainda se movem e tem vida.
Você fez algo de bom com elas? Construiu algo para se orgulhar? Acariciou a pele das pessoas que você ama?
Vamos aproveitar o tempo que temos aqui. Com nossas cicatrizes e perebices todas.
A EM não me impede de fazer dessas mãos um instrumento útil. Aposto que as suas também podem (e devem) ser instrumento da construção de uma vida melhor, da realização de sonhos e desejos.
Até amanhã!
Bjs

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Animação hoje

Oi gentes, blz?
Estou mega cansada hoje. Ficar sentada tarde e noite numa cadeirinha que não cabe nem minha bunda direito, sem muito espaço pra se mexer é de cansar qualquer um. Mas a Jornada está valendo a pena, com debates óóóótimos e palestras brilhantes. Na próxima vou levar uma cadeira mais confortável nas costas. Não dá pra querer aquelas cadeiras pequeninhas de plástico. Bom, mas hoje é o dia Internacional da Animação. Não animação de ânimo, mas animação de filmes de animação.
Eu sou louca por filmes de animação. Em homenagem à animação e pensando no nosso dia a dia, vou deixar hoje um curta de animação muito legal. Com ele a gente percebe que, às vezes, o problema que a gente tá passando é o mesmo que outro está passando. E que, dividir nossos problemas com os outros pode ajudar a entendermos a nós mesmos e a enfrentar a vida.

Red Rabbit from Egmont Mayer on Vimeo.


Até amanhã!

Bjs


Em tempo: Merchandising Familiar: essa animação aí embaixo foi feita pelo meu primo, um designer de talento invejável que eu amo muito.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Muitas histórias

Oi gentes, blz?
Não posso deixar de contar tudo de lindo e emocionante que vi ontem na abertura da Jornada de Literatura.
Primeiro tenho que explicar que as Jornadas acontecem dentro de um circo. Eles montam dentro da universidade uma lona de circo gigante para o grande espetáculo das letras. E claro, para fazer a abertura, sempre tem um show de circo.
Esse ano quem fez o show foi o grupo Tholl, uma espécie de Cirque du Soleil aqui do sul. É simplesmente lindo, lindo, lindo! Se um dia você ver que o Tholl está na sua cidade, não perca. É lindo, como o Cirque du Soleil, e com um preço beeeeem mais camarada.
Foi de se arrepiar!
Mas de arrepiar mesmo, foi a história de dois jovens escritores, que não puderam estar no circo da cultura ontem, mas foram homenageados e lembrados com muito carinho.
Um deles, o menino Roberto Zanatta, que com apenas 9 anos escreveu três livros: O Caça Monstros, Mr. Xadrez e Explorador e suas Aventuras. Mas porque esse menino não estava lá ontem? Porque nem sempre a vida é como a gente quer ou gostaria que fosse, e um tumor levou esse menino, com um talento brilhante, para junto dos anjos.
Ontem, foi lançado seu livro Mr. Xadrez, sem sua presença, mas com uma bela homenagem à família. Esse livro e o Caça Montros foram escritos após ele saber de sua doença, o que não o impediu de ler, escrever, sonhar e viver, ainda que por pouco tempo.
Já Pietro Albuquerque, escreveu aos 16 anos o livro Dias Contados, e, por ironia do destino talvez, faleceu de leucemia pouco antes de completar 20 anos. Filho do deputado federal Beto Albuquerque, escreveu no seu último ano de vida o livro Quem tem Coragem, lançado ontem na Jornada. São mais de 400 páginas de história, mas não só disso, são 400 páginas que mostram a coragem, a perseverança e a esperança de alguém que, com apenas 20 anos, mesmo sabendo de seu triste destino, não desistiu de viver.
Trago aqui esses dois exemplos por serem realmente exemplos de vida. Porque me emocionei ontem ao ver suas famílias lançando os livros de seus filhos que não estão mais aqui, mas que ficarão conosco para sempre, de alguma forma.
Trago aqui essa história para tomarmos vergonha na cara. Se dois meninos, com tão pouca idade e experiência de vida conseguiram viver e produzir no seu último ano de vida, nós também somos capazes de viver e produzir sempre, com EM ou sem EM, com deficiências ou sem elas.
Até amanhã!
Bjs

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ler é um ótimo remédio

Oi amigos, blz? Foi bom o findi?
Hoje estou super animada. Hoje começa aqui em Passo Fundo a 13 Jornada Nacional de Literatura (http://www.jornadadeliteratura.upf.br/2009/). Vocês já estão cansados de saber que eu adoooooro o mundo dos livros. Vivo lendo alguma coisinha. Então a semana em que muitos escritores fantásticos se reúnem na minha cidade para discutir a literatura e os meios de comunicação é um momento muito massa mesmo.
Pra quem nunca ouviu falar, Passo Fundo, essa cidadezinha no interior do RS, onde eu vivo, é a Capital Nacional da Literatura, e ela recebeu esse título por fomentar a leitura e por ter o maior indíce de leitura no Brasil.
A Jornada acontece a cada dois anos. Mas entre uma Jornada e outra, diversos eventos são realizados todos os meses para que as pessoas continuem o trabalho começado na Jornada, ou seja, ler muito. Nesse ano, espera-se mais de 22 mil pessoas no evento.
Além de ficar essa semana inteira cheirando livros novos e com descontos (e obviamente comprando livros) vou poder passar os dias conversando com autores que eu adoro, escutando mentes brilhantes e ótimas histórias. Claro, vou contar aqui pra vocês.
Eu acho que os livros são ótimos remédios para nossa alma. Porque para ler não se precisa ter preparo físico nem força, apenas força de vontade. Não precisa ter muuuito dinheiro (tem muito livro baratinho e bom por aí), não precisa ter uma saúde esplêndida. Precisa apenas saber ler.
Lendo a gente viaja pelo mundo inteiro, e até em outros mundos e galáxias. Aprendemos com as histórias de vida dos outros e vemos que, assim como os personagens dos livros, podemos escolher ser o herói da história e temos capacidade para fazer mais do que imaginamos.
Você tem preguiça de ler? Compre um aúdio livro. Eu não gosto muito, mas é uma forma de deixar a imaginação viajar por aí, ouvindo uma boa história. E como, às vezes, a visão do esclerosado fica meio embaçada, o aúdio livro passa a ser uma solução.
Fora isso, quando estamos lendo, mergulhados em histórias, filosofias e teorias, não pensamos nas agruras da vida, nas dificuldades, nos problemas, nas tristezas.
Para mim, ler, além de me ensinar, é uma terapia e tanto. Experimente você também.
Até amanhã!
Bjs

Dica de livro: O Rio do Meio - Lya Luft

sábado, 24 de outubro de 2009

Unidos venceremos a semente do mal

Oi gentes, td blz?
Todos nós, ou pelo menos quase todos, lemos histórinhas de super-heróis na infância e adolescência e, até mesmo, depois de adultos.
Na verdade, vemos esse super heróis, com seus super poderes e ficamos imaginando como seria ter um super poder daqueles, o que a gente faria com ele, como salvaria a humanidade e, como seria a sua super roupa, porque todo super herói que se preze tem uma super roupa mega fashion.
No final da minha faculdade, tive que descobrir meu super poder. Explico: publicitário é tudo meio doido, e não se contenta em fazer um convite de formatura com a foto do formando, o nome e deu. Pois bem, a minha turma resolveu criar a Super Liga de Combate à Má Comunicação. E todos tivemos que descobrir quais seriam nossos super poderes secretos, ou declarados.
Pensei em tanta coisa. Não que eu seja o máximo. Mas nessas horas, a gente vê que é bom em várias coisas.
Quis um poder que não tivesse a ver apenas com a minha profissão, mas com a minha vida pessoal também, porque pra mim, as duas coisas se entrelaçam e se confundem. Minha doença interfere na minha vida profissional e pessoal, assim como minha vida profissional interfere na minha doença e vida pessoal e assim por diante.
Escolhi minha identidade secreta, que hoje eu revelo pra vocês.
"Conheçam La Brunette!
Não existe nessa, nem em nenhuma outra galáxia um lugar, uma coisa, pessoa ou situação na qual La Brunette não consiga se adaptar, se acomodar, se ajustar ou se adequar. Com seu faro infalível e minuciosa percepção, apreende gostos, comportamentos, entrelinhas, e ainda muito mais das pessoas de quem se aproxima. Anda sempre acompanhada pelo felino Petit, um animal singular e emblemático enviado de seu planeta natal para protegê-la das más energias do andar térreo. Na agência, torna-se indispensável por combater acirrada e incansavelmente a má comunicação entre pessoas e empresas. Acredite: La Brunette sabe mais de você do que você mesmo pode imaginar."
Esse é o texto que acompanha minha caricatura com meu felino (aquela ali no início do post) no meu convite de formatura (que é lindo demais com textos mega divertidos).
Apesar da brincadeira, essa sou eu mesma. A vida me deu obstáculos grandes desde muito cedo, e com isso aprendi a me adaptar a situações caóticas duma hora pra outra. Num dia caminhava, no outro não. Num dia enxergava, no outro não.
Sempre fui observadora, e aprendi a "ler" as pessoas desde muito cedo. Talvez por isso que eu tenha poucos amigos verdadeiros, que eu confio de verdade e que ponho minha mão no fogo por eles.
E sim, o Petit representa meus gatinhos, mas mais que isso, meu anjo da guarda, porque houve situações na minha vida, que tenho certeza: meu anjo da guarda estava lá e me salvou, me alertou, me orientou. Ah, e claro, meu anjo vem do meu planeta, porque não sei vocês, mas em boa parte do tempo, me sinto vinda de outro planeta. O nome é em francês, e quer dizer "A Morena".
Não me acho nem melhor nem pior que ninguém, mas diferente sim. Não consigo entender preconceitos ridículos, violências absurdas e tantas outras coisas que acontecem por aqui que, me parece, não deveriam acontecer nunca, não deveria nem passar pela cabeça das pessoas.
Se adaptar pode não parecer um super poder, mas no dia a dia faz uma diferença enorme. Se você olhar pro seu dia a dia, vai ver que também está cheio de super poderes. Às vezes, só falta usá-los.
Desejo a todos o super poder da Boa Vontade, porque esse é o início para despertar todos os outros poderes que temos dentro de nós. Como diz aquela musiquinha que, quem tem minha idade ficou rouco de cantar (a do He-Man): Eu tenho a força, sou invencível, vamos amigos, unidos venceremos a semente do mal!
Hahaha
Até segunda-feira!
Bjs
Sobre minha caricatura: minha super heroína foi feita baseada numa foto. Está muito parecida, principalmente no tamanho do quadril...hehehe E, ela não tem capa porque eu tropeçaria nela, quanto menos cacareco melhor.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nova experiência: Pilates


Oi gentes, blz?
Estou chegando da minha primeira aula de Pilates. Sim, agora que to me sentindo melhorzinha, que não dependo mais da minha bengala (veja sobre ela aqui) e que estou conseguindo caminhar sem ficar com dores, ofegante ou "perder as pernas", resolvi fazer Pilates.
Eu ia voltar pra hidroginástica, mas era muito cedo (sim, detesto acordar cedo), dava um trabalho danado e ainda precisava de carona pra me levar.
Já o Pilates não precisa de roupa especial (dá pra ir com aquela roupinha confortável de ficar em casa...hehehe), fica a uma quadra da minha casa e é com a minha amiga Paula, que entende meus perrengues de esclerosada.
Vou contar minha primeira impressão.
Quando entrei na sala e vi aquelas mesas, cheias de coisas penduradas e talz, pensei que eram mesas de tortura medieval, só que com uma cor mais fashion. Ah, também podia ser mesa pra sadomasoquismo e tal. Mas a Paula disse pra eu não me assustar que era bom.
Acreditei né...hehehe
Primeiro aprendi a respiração e a postura do Pilates. Sim, a gente precisa aprender até a respirar direito. Não achei muuuito estranho ou difícil porque é muito parecido com a postura e respiração de dança, e como eu dancei por um bom tempo, ainda tinha isso gravado num canto empoeirado do meu cérebro. Agora só falta eu conseguir a prática novamente.
Depois, cada exercício que ela me mostrava eu pensava: Meus Jisus cristinhu, será que eu consigo fazer isso? Será que eu consigo ficar de pé numa maca, com uma perna pendurada e segurando numa barra?
Eu consegui! Consegui de verdade, sem ficar cambaleando, tonta ou insegura. Aí, cada exercício que eu conseguia fazer, me achava o máximo.
Consegui fazer uma aula inteira e sair sem dores, sem sentir fraqueza nos braços ou nas pernas. Ou seja, o resultado foi super positivo em dois aspectos. Primeiro porque me mostrou que meu corpitcho está pronto, preparado pra se mexer mais do que estava há poucos meses, ou seja, estou melhorando. E também porque perdi o medo de tentar.
Assim, eu tinha medo (não sei se a palavra certa é medo, mas por falta duma melhor, vai essa mesmo) de tentar e não dar certo. Claro, eu sei que às vezes as coisas não dão certo mesmo e que isso é normal. Mas nesse sentido, de exercícios físicos, foram tantas as vezes que eu tentei e não deu e eu fiquei mega frustrada, que não queria sentir essa frustração de novo.
Não vou passar, afinal, consegui fazer.
Agora vou fazer aula uma vez por semana, se der certo, posso fazer 2 vezes depois.
Acho que deu super certo. Me sinto feliz e capaz.
Obrigado Paula!

Até amanhã!
Bjs

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pra onde foi minha vontade?

Oi gentes, blz?
Hoje acordei sem vontade. Sem vontade de cozinhar, de estudar, de escrever, de nada.
Em dias assim, os braços ficam fracos, as pernas ficam bambas e dá uma tonturinha.
Aí eu me pergunto: isso é coisa da minha cabeça ou é da EM?
Pode ser preguicite aguda de último grau. Aí eu penso que, quem tem preguicite aguda, "estressis", depressão e essas porqueras todas, acabam tendo sintomas físicos da sua "falta de vontade".
Mas ao mesmo tempo eu penso: será que não é o meu corpinho que hoje está mais fraquinho, e como tudo fica mais difícil, mais penoso, eu acabo perdendo a vontade?
Vai saber né.
Hoje eu acredito que seja a EM, porque mudou bastante o clima por aqui. Aquele frio desgraçado foi embora e está mais quente e com sol. Isso é ótimo e adoro esse clima de primavera. Mas, toda mudança de estação dá nisso. Meu corpo sente e precisa duns dias pra se adaptar à novas temperaturas.
Bom, sendo preguicite ou EM, tô cheia de coisas pra fazer, livros para ler, etc., etc., etc... E por isso não posso deixar tudo de lado e não fazer nada.
Apesar da falta de vontade, vou fazer o que programei pra hoje. Mesmo tendo vontade de dormir e me esparramar no sofá, vou estudar. Porque vontade é uma coisa que dá e passa. E essa vontade de se atirar nas cordas vai passar também.
Claro, eu poderia ficar de "folga" hoje. Mas confesso que morro de medo de começar a não fazer nada. Morro de medo de ficar sem vontade de nada todos os dias. Morro de medo de acabar me fechando no meu mundo. Tenho medo de perder a vontade e não achar mais. Isso deixa a gente doente da alma. E, se meu corpo é doente, minha alma não é, nem um pouquinho.
Até amanhã!
Bjs

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cigarro e EM não combinam

Oi gentes, blz?
Há alguns meses, escrevi aqui sobre o cigarro, porque era o Dia Mundial sem Tabaco. Até esse dia, sabia-se que fumar aumentava o risco de ter Esclerose Múltipla.
Pois nessa semana eu soube duma publicação médica que comprova que fumar acelera a piora de quem já tem Esclerose Múltipla.
Achava isso meio óbvio, mas já que foi comprovado cientificamente, resolvi colocar aqui a matéria sobre esse estudo:
"O tabagismo pode acelerar a progressão da esclerose múltipla, uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central em adultos jovens. Um recente estudo de pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, da Harvard Medical School e do Massachusetts General Hospital, em Boston (EUA), publicado no Archives of Neurology, acompanhou 1.465 pacientes com esclerose múltipla por cerca de três anos. Em média, os participantes tinham 42 anos e apresentavam a doença havia 9,4 anos.
Pouco mais da metade (53,2%) nunca havia fumado, 29,2% haviam sido fumantes no passado e 17,5% eram fumantes ativos. A progressão da esclerose múltipla foi avaliada por meio de características clínicas e de exames de ressonância magnética. Os resultados mostram que os fumantes sofriam de uma forma significativamente mais severa da doença no início do estudo e apresentavam mais a forma caracterizada por um declínio progressivo das capacidades neurológicas."
Se você é fumante e lhe faltava algum motivo pra parar de fumar, aí está ele.
Eu conheço pessoalmente apenas uma pessoa que tem EM e fuma, e posso dizer que ela é a pessoa com EM que eu conheço que está em pior estado, com mais sequelas e dificuldades. Provavelmente ela estaria bem ruim, mesmo sem fumar, mas as toxinas do cigarro devem ter ajudado um pouco (ou um monte, vai saber...).
Ela alega que continua fumando porque é um prazer que tem. Se você também fuma porque é um prazer seu, troque esse prazer por outro mais saudável. Se não for por você, pare um pouco e pense nas pessoas que te amam, que cuidam de você. É um pouco de egoísmo continuar fumando quando outras pessoas torcem por você, não acha? Pensa nisso!
Até amanhã!
Bjs

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Boa Sorte Lak!

Oi amigos, blz?
Hoje tenho que contar sobre uma amiga minha, e do blog também: a Lakshmi. Não a conheço pessoalmente, moramos há quilometros de distância, mas me sinto muito próxima a ela. Além de termos a mesma profissão e a mesma forma de ver a vida, ela também é matrixiana e tem um blog contando suas aventuras e desventuras como deficiente auditiva.
Imaginem eu chegar aqui no blog um dia e dizer que acharam um meio de curar minha EM, ou de fazer sumir todos os sintomas. Pois é, isso aconteceu no blog dela.
Sou super emotiva, e confesso que chorei de felicidade ao ler sobre o Implante Coclear que ela vai fazer. Não sei explicar direito como funciona, mas visitem o blog da Lak que ela conta tudo sobre o processo de fazer o implante.
A notícia da cirurgia já veio há algum tempo, mas essa é a semana definitiva. Nessa semana nossa amiga vai realizar a tão esperada cirurgia que vai fazer com que ela conheça um mundo novo e volte a escutar vozes e sons de sua infância.
Por isso que contei aqui só essa semana, pra que todos vocês, amigos queridos, leitores, se juntem a mim e a todos os amigos da Lak numa corrente de pensamentos positivos pra que dê tudo certo pra ela.
Conheçam a história dela no blog "Desculpa, não ouvi!". Vale a pena conhecer essa pessoa fenômenal: http://desculpenaoouvi.laklobato.com/
E leiam um pedacinho do que ela contou lá no blog do Jairo (http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/):
"Gostaria de escrever uma história bonita, tipo conto de fadas, mas soaria algo meio neocibernetico e não sei se existe literatura desse tipo. Assim: perdi a audição, dormindo, aos dez anos. Parece romantização de drama, mas não é. Literalmente, fui dormir ouvindo e a minha audição permaneceu assim, adormecida feito a Bela, desde então.
No primeiro ano, meus pais queriam uma resposta. Fomos em dezoito especialistas e, na época, nenhum conseguia dar uma explicação satisfatória - e será que existe algo que satisfaça os pais, para explicar que cortaram as asas de um filho? - apenas um deles disse que havia visto um caso similar e em consequência da caxumba, que eu havia tido alguns dias antes. Ok, essa foi a resposta que eles precisavam, mas confesso que, para mim, não fazia a menor diferença, porque a vida continua e a minha tinha que continuar.
Os anos foram passando e a esperança de ouvir bem de novo um dia, ia diminuindo. Não porque eu não desejasse mais, mas porque, como diz um texto de Marina Colasanti, ‘A gente se acostuma! Mas não devia.’ Ainda que, durante muitos anos, sempre que eu fazia aniversário, quando assoprava as velas do bolo, pedia: ‘Quero a minha audição de volta.’
E tudo bem, a vida seguiu tranquila, porque a deficiência era uma limitação física, mas não pessoal. Estudei e terminei os estudos num colégio tradicional. Fiz faculdade de publicidade e me formei. Aprendi francês, inglês e espanhol. Namorei (muito), noivei, casei. Batalhei para conseguir um bom emprego e mantê-lo. ....

...Quanto a mim, ainda na expectativa da cirurgia, vivo a melhor fase: Aquela de acreditar que todos os sonhos são possíveis. Listo mentalmente todos os sons que gostaria de ouvir. A maioria, são coisas que conheci um dia, nos tempos da inocência da infância, a voz da minha mãe, do meu pai, da minha irmã, as músicas que enchiam os ambientes, naquela época, o barulho da chuva, do mar. Outros, são totais desconhecidos que entrarão na minha vida só agora: a voz do meu marido, do meu irmão, de vários amigos..."

Muito, mas muuuuito boa sorte Lak!
Estamos todos torcendo por você!
Até amanhã!
Bjs

P.S.: Jairo e Lak, "roubei" os textos de vocês na cara dura, sem pedir. Desculpem! Mas foi por uma boa causa...hehehe Bjaum!

sábado, 17 de outubro de 2009

Uma hora que faz toda a diferença

Oi gentes, blz?
Hoje de noite vamos mudar o horário dos nossos relóginhos. Não só os relógios de pulso, de parede, do despertador e do celular, mas nossos relógios biológicos também. Vem aí o queridíssimo (pelo menos pra mim) horário de verão.
Eu sei que tem gente que detesta essa mudança de horário. Eu também não gosto muito dos primeiros dias, esse período de adaptação. Tenho sono no horário de acordar e fome quando o almoço não tá pronto.
Mas acho esse sacrifício válido, tendo em vista os benefícios do horário de verão.
É apenas uma hora de diferença. Mas faz uma diferença enorme nas nossas vidas.
Como ficamos mais tempos expostos à luminosidade, nosso ânimo muda. O meu pelo menos muda. Quanto mais sol, mais ativa e bem disposta eu me sinto.
Fazemos parte da natureza, e a natureza toda agradece à exposição extra à luminosidade que temos na primavera e no verão. Podem ver: as flores florescem mais vistosas, as árvores se enchem de folhas novas, os animaizinhos se reproduzem, e por aí vai.
Com o horário de verão, 7h da noite ainda é dia. E como minha parceira de caminhadas (mamãe) chega em casa só depois dessa hora, posso voltar a dar uma caminhadinha na avenidinha que eu moro. E também tenho mais tempo pra ficar na praça tomando chimarrão e jogando conversa fora com os amigos.
Viu só, o horário de verão faz bem pra minha saúde por causa do sol, porque me movimento muito mais e vejo mais os amigos.
Aproveite você também essas horas a mais de sol para fazer algo que te dê prazer. Porque ter prazer, com certeza faz bem à saúde.

Até segunda-feira!
Bjs

Em tempo: amanhã é o Dia do Médico. Um abraço a todos os médicos e futuros médicos que pensam no nosso bem estar e antes de tratar uma doença, tratam o ser humano.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Não sei meditar

Oi amigos, blz?
Depois dos últimos textos recebi alguns emails perguntando como eu podia ser tão calma.
Bem se vê que não me conhecem. De calma eu não tenho nada.
Sou super ansiosa. Ansiosa e elétrica. Não consigo ficar fazendo nada. Não consigo nem me imaginar meditando. Me dá agonia. Mas, apesar disso, aprendi uma coisa: o que não tem solução, solucionado está.
Assim. Se o problema não tem solução, não adianta eu me lamentar, ficar nervosa, quebrar a cabeça e ter úlcera tentando solucionar. É assim com a EM. Não adianta eu xingar o mundo, chorar o dia todo, ficar me lamentando ou fazer de conta que o problema não existe. Ele existe. Está ali. Mas eu não posso fazer nada para me curar. Então, se o problema não tem solução, ok, vou viver com ele.
E com os problemas que tem solução, serão solucionados. Claro, serão solucionados se a gente se acalma e tenta resolver a situação. É o caso de solucionar o como viver com o problema.
O problema existe, ele está ali e você tem que conviver com ele. Então, o negócio é sentar, parar e pensar no como fazer isso.
Temos que pensar em como viver tendo EM e não ficar com depressão, estresse, ou síndrome do "doente-vítima".
E é isso que eu faço. Não posso me curar. Mas pensar em como viver bem com a EM.
Calma, eu? Acho que não. Mas, apesar da minha ansiedade, consigo parar pra pensar no que fazer. Consigo olhar pra situação de forma racional e realista. Assim, vou tocando minha vida, com todos os perrengues que ela me dá, sem precisar ser um monge budista.
Talvez um dia eu tente fazer meditação. Mas essa coisa de "pensar em nada" me parece estranho. E ouvir meu eu interior? Deus o livre. Já imaginou o que eu posso dizer pra mim?
Até amanhã!
Bjs

Obs: Não tenho nada contra meditação, pelo contrário, admiro quem consegue fazer. Eu é que não tenho essa "habilidade" ainda.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Deixa o sol bater na cara

Oi amigos, blz?
Mesmo com a bagunça que está minha vida, com tantas dúvidas, medos, ansiedades e mudanças estou me sentindo muito feliz. Tenho tido bom humor até na hora de acordar. E olha que isso é raríssimo.
Bom, ontem, enquanto escrevia o texto aqui do blog, lembrei de uma música que vivo cantarolando o refrão pra mim mesmo. Canto mais quando estou feliz, porque combina com o momento. Mas quando minha rabugice aparece, canto também, pra me lembrar que tudo passa. A música se chama Girassóis e é duma banda gaúcha, a Cidadão Quem (adoooro). Pois bem, o refrão diz o seguinte:
"Deixo o sol bater na cara
Esqueço tudo que me faz mal
Deixo o sol bater no rosto
Que aí o desgosto se vai"
E é isso mesmo. Quando tudo parece estar uma merda só, o negócio é respirar fundo, deixar o sol bater na cara e deixar de lado o que nos faz mal.
Uma pessoa te faz mal? Esquece ela.
Uma situação te deixa triste? Lembre das situações que te deixam feliz.
O mundo é de quem esquece os desgostos, olha pra frente e aceita o que a vida tem para oferecer.
A vida tem dissabores? Com certeza. E muitos.
O mundo é injusto? Talvez.
O universo parece conspirar contra você? Vai saber.
Mas sempre tem um sol brilhando acima de nós. Todos os dias e noites, mesmo que você não enxergue.
O que eu faço quando parece que meu mundo vai desmoronar?
Deixo o sol bater na cara e esqueço tudo que me faz mal.
Esse refrão é quase um mantra pra mim.
Vamos lá gente, dê um jeito de mandar o desgosto embora também. Pensar no que e em quem te faz feliz é um bom começo.

Até amanhã!
Bjs

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Limão de presente

Oi gentes, blz?
Hoje conversei com uma pessoa que está deprimida e estressada porque perdeu o emprego. Ela trabalhou por mais de 10 anos em um lugar e agora está sem emprego e depressiva.
Realmente, perder um emprego de tanto tempo deve ser beeeem ruim. Mas não é o fim do mundo.
Eu sou muito daquele pensamento: se a vida te dá um limão, junta açucar e cachaça e faça uma caipirinha.
Veja o exemplo dessa pessoa. Ela era secretária e tinha um grande talento para artesanato (biscuit). Agora, sem emprego, ela poderia se dedicar ao artesanato e fazer disso seu ganha pão extra, já que ela tem aposentadoria. Mas não, ela está se lamentando pela perda ao invés de ver o que poderia fazer pra se ajudar.
É como ter Esclerose Múltipla. O primeiro impacto é horrível. Você fica cheio de dúvidas, medos, raivas, tristezas e etc. Entretanto, você precisa continuar a viver, afinal, você não está morto, está com EM.
Aí é sacudir a poeira, se levantar e fazer o que a gente veio fazer aqui nesse planetinha redondo: viver.
A vida te deu um limão azedo é? Atira o limão de volta e ainda faz uma "banana" pra ela.
O problema de quem deixa de viver quando descobre uma doença ou perde um emprego é o apego ao passado. O apego ao emprego antigo, ao local de trabalho, às coisas que você fazia e não fará mais. Quem tem EM e se apega apenas ao que não pode mais fazer ao invés de olhar as milhões de coisas que pode fazer acaba tendo depressão e virando um incapacitado. A EM traz obstáculos na nossa vida, mas não nos torna incapazes.
Deixe o passado no lugar dele, lá atrás. Quem vive de passado é museu e professor de história minha gente. Sentir saudades ok, é permitido. Mas lamentações e resmunguices não.
Vamos viver o hoje. O agora. E quem sabe, planejar o amanhã. Mas o maior presente que a gente ganha todos os dias é realmente o presente.
E se o seu presente tem um, ou dois, ou mais limões juntos, faça uma caipirosca, uma limonada, uma tortinha de limão... Use sua criatividade pra fazer desse limão azedo um doce delicioso.

Até amanhã!
Bjs
Em tempo: eu adoro limão. Não só em receitas e bebidas, mas de comer limão com um pouquinho de sal. Gente estranha é assim, chupa limão porque gosta...hehehe

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dia de comemorar

Oi amigos, blz?
Ontem não consegui escrever. A minha enxaqueca me derrubou o dia todo.
Mas hoje me acordei bem. Não pude aproveitar o dia das crianças pra sair na rua e ganhar pirulito dos tios que se vestem de palhaço e ficam na frente das lojas. Mas tudo bem. Afinal, sou meio criança todos os dias. Não perco desenho animado, falo bobagem, invento moda o dia todo, passo o dedo no merengue do bolo, chupo pirulito e "viajo na maionese". Tudo coisa de criança que eu faço sempre. Meu maior presente de dia das crianças é olhar pras crianças de hoje e ter a certeza que eu tive uma infância muito, mas muuuito feliz mesmo.
Falando de criança, tem uma criança muito especial que veio ao mundo enquanto eu estava viajando. O nome dela é Clara Gabriele, a Clarinha, que é filha de um casal queridíssimo que eu gosto muito, meus amigos Walkei e Raquel. Parabéns pela filha linda! Muita saúde pra vocês! Tenho certeza que a Clarinha também terá uma infância incrível, repleta de amor e carinho.
Bom, e continuando nesse clima de homenagem, não posso esquecer de jeito nenhum que hoje é o dia dum profissional mega super hiper importante no tratamento desse pessoal que tem EM como eu. Hoje é o Dia do Fisioterapeuta.
Tendo pai e mãe fisioterapeutas, convivi com a realidade dessa profissão minha vida toda. E por muito pouco não segui esses dois fazendo faculdade de fisioterapia. Não que eu goste dessa área da saúde. Mas sempre gostei de ver a felicidade da minha mãe quando ela "conserta" alguém, faz uma criança caminhar, proporciona maior conforto pra gente estropiada e tal. É aquela felicidade de quem gosta do que faz, sabe. E claro, ajudar os outros a ter mais qualidade de vida com certeza é algo gratificante.
Se eu voltei a caminhar e tenho equilíbrio para andar sozinha hoje é porque fiz fisioterapia e continuo fazendo os exercícios, com muita disciplina, em casa.
Além de remédios, boa parte do tratamento do portador de EM está na fisioterapia. Se você tem EM e ainda não faz, levanta a bunda aí do sofá e procure um bom profissional pra te ajudar.
Bom lembrar que fisioterapeuta é um profissional formado com nível superior e tem registro profissional. Não é massagista não viu. Nem professor de educação física. Quando for procurar um fisio para você, procure o registro dele (ele deve ter um número no Crefito - Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional).
Parabéns a todos os fisioterapeutas que exercem sua profissão com amor.
Hoje é dia de comemorar quem a recém nasceu, quem está crescendo e aproveitando a infância e quem faz a vida dos estropiados um pouco melhor.
Até amanhã!
Bjs

Em tempo: beijos especiais para minha mamãe e minha prima Raquel, que são fisio, e para a Paula, que é fisio, lê o blog e vai fazer Pilates comigo essa semana ainda.

sábado, 10 de outubro de 2009

Dia de festa, dia de vídeo

Depois de postar sobre a minha impressão de estar sobre as nuvens, lembrei de um videozinho que vi no blog da Lak (se você ainda não conhece, clique já aqui). Além de lindo e super fofo, esse filminho mostra uma linda mensagem sobre as diferenças do mundo.
O nome do filme (é um curta metragem) é Partly Cloudy, que em português quer dizer parcialmente nublado. A gente pode até gostar mais de dias ensolaradas, de nuvens branquinhas no céu, mas tem de haver oportunidades para todos os tempos, todas as nuvens e todas as pessoas. Nem sempre o nublado é feio, ruim ou triste. Há também beleza e felicidade em viver-se no "parcialmente nublado".
Como estamos entrando em um feriadão, vou deixar esse vídeo lindo para vocês aproveitarem e viajarem nas nuvens também. Segunda-feira estou de volta.


Bjs

P.S.: O vídeo pode demorar um pouco para abrir, mas espere um pouquinho, porque vale a pena.
P.S.2: Pra você que já viu o vídeo, acho que a cegonha lá de casa foi numa nuvenzinha dessas buscar os nenês pra minha mãe...hehehe

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Viver a vida

Oi amigos, blz?
Nessa semana de retorno a casa devo confessar: senti falta da televisão brasileira.
Vocês tem que ver que engraçado que é a tv argentina. As novelas brasileiras dubladas em espanhol então, é de rolar de rir.
Pois bem, essa semana fiquei vendo até a nova novela das 9, que até então não tinha visto. Ainda bem que comecei essa semana, porque tive o prazer de ver nosso querido amigo e parceiro aqui do blog, o Jairo do Assim Como Você (não conhece? Clica aqui ) dando seu depoimento no final da novela.
O nome da novela é Viver a Vida. Adorei o nome. Afinal, a vida está aí pra ser vivida, não é mesmo? Bom, não gosto muito de novela diária e daquela lenga lenga das histórias. Mas, no final de cada capítulo dessa novela, uma pessoa normal, assim como eu e você, dá um depoimento rápido sobre como vive a sua vida.
Claro, todos os depoimentos são também lições de vida. Mães que perderam filhos. Mães que adotaram muitos filhos. Ex viciados em drogas que hoje estão tentando se recuperar. Pessoas com as mais diversas deficiências. Gente pobre que conseguiu ter acesso a educação. Etc. Todas pessoas que precisaram, como todos nós, passar por muitos obstáculos, alguns maiores, alguns menores, mas que superaram as dificuldades e continuam a viver a vida.
Segunda feira, quando vi o Jairo, confesso que me emocionei. Não foi por acaso que escolhi esse dia pra ver a novela né.
A Globo fez um portal, o Portal da Superação, bem interessante, com os vídeos e histórias de todas as pessoas que estão aparecendo ao longo da novela. Vale a pena dar uma olhada. Principalmente naquelas horas que a gente acha o mundo muito injusto e que nossa vida tá uma merda. Daí a gente olha lá e vê que não é o único a passar por dificuldades pra viver. E vê que existem situações piores que as nossas. E vê que tem gente em situações piores que fazem muito mais que nós aqui, lamentando. O mundo não para pra gente ficar se lamentando. Dá uma olhada lá vai: http://especial.viveravida.globo.com/portal-da-superacao/
Ah, e vejam o vídeo do Jairo. Ta aí embaixo ó:





Para aqueles que vivem falando mal de novela, pensem que isso que essa novela está fazendo é um serviço de utilidade pública. Quanto mais pessoas "anormais" como nós aparecerem em tv aberta dizendo: "olha eu aqui, sou meio errado, meio torto, mas vivo, sou feliz e faço o que eu quero e o que eu gosto", mais pessoas vão saber que a gente existe, e que não somos poucos. E o principal, que apesar de todos os perrengues, a gente não desiste de tentar ser feliz.
E pra você, o que é viver a vida?
Até amanhã
Bjs

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dor de barriga

Oi gentes, blz?
Hoje vou contar o que eu trouxe de ruim da viagem. Sim, nem tudo são flores.
Cheguei em casa domingo por volta das 23h. Até aí tudo bem.
Segunda-feira acordei bastante cansada. Daí pensei: deve ser da viagem né. A mãe também tava assim e pensou o mesmo.
De noite estavam as duas com uma terrível diarréia (nome horrível né?) e febre. Sim, trouxemos uma intoxicação alimentar importada...hehehe
Não sabemos exatamente o que foi que causou essa meleca toda, mas desconfiamos da massa folhada recheada de doce de leite do avião. Como minha mãe é fina e chique, deu duas mordidinhas e ficou menos ruim. Já eu, como toda fofa que se preze, comi o doce inteiro (e era bem bom), e quase tive um troço ontem. Um dia de rainha: o dia todo no trono.
E lá vai a Bruna de novo no médico. Estava evitando porque estou de saco cheio de médico.
Mas tudo bem. Fui né. Lá ele perguntou se eu tinha comido fora. Eu respondi que só por uma semana inteira...hehehe
Não avisei ao médico que vim da Argentina, senão era capaz do médico desconfiar de gripe suína e me colocar em isolamento...hehehe
Tomei dois remédinhos na veia pra passar as cólicas (parecia que ia ter um parto) e a náusea e mais um comprimido para trancar a saída, digamos assim.
Gentes, 10 minutos depois de tomar o remédio e chegar em casa, deitei na cama (era umas sete e meia da noite) e só acordei hoje às oito e meia da manhã. Sei lá se tinha sonífero naquilo. Só sei que acordei muito melhor.
Que coisa né. A gente que já é meio cansado por natureza por causa da EM, quando fica meio doentinho só se dá por conta quando aparecem outros sintomas. Quando me senti podre de cansada segunda, pensei direto na EM, nem passou pela minha cabeça comida estragada.
Dos males o menor. Dentro do azar eu tenho sorte. Tenho azar de ter tido essa intoxicação alimentar, mas a sorte de ter dado apenas em casa e eu ter podido aproveitar muuuuito a viagem.
Até amanhã!
Bjs

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nas nuvens

Oi amigos, blz?
Vocês sabiam que o número de pessoas que viajam de avião no Brasil triplicou nos últimos 10 anos? Ainda bem que hoje em dia, gente que nem eu, chinelona e talz, pode voar.
Pois bem, essa minha ida à Buenos Aires foi minha primeira viagem de avião.
Antes de viajar ouvi conselhos de diversas pessoas, mas os melhores foram as observações do meu primo: primeiro ele disse que andar de avião era como andar de caminhonete no pólo norte (coisa que a gente faz todo ano né...hehehehe). Depois, disse pra eu colocar a cara na janelinha pra torrar no sol e ficar sem enxergar quase nada por um tempo por causa da claridade.
Pois é Nico, tens razão, parece mesmo com andar na neve. E é lindo.
Saí de Porto Alegre em um dia de chuva. Achei o máximo o avião entrando nas nuvens e, de repente, tinha sol. Olhando para fora enxerguei o azul mais puro do céu e as nuvens pareciam merengues gigantes (pensamento de gorda) espalhados.
Olhar as cidades lá de cima também é bem interessante. E como aqui no sul temos muitas áreas de plantações, pude ver os enormes campos lá de cima.
Pra ver tudo isso, estava com a cara grudada na janelinha. Quando o lanchinho chegou e eu olhei pra dentro do avião, não enxergava nada...hehehe
Viajei com a Aerolineas Argentinas, e, ao contrário do que me contaram das companhias brasileiras, que servem Goiabinha e Coca Cola sem gás, na Aerolineas tinha sanduba (seco e ruim) e um bolo de chocolate com recheio de doce de leite (delicioso). Ah, e a Coca foi aberta na minha frente. Quase tomei um uísque, só pra avacalhar. Mas achei mais seguro deixar o álcool pra terra firme.
Entendi porque muita gente tem medo de viajar de avião. Ver aquele "bicho" enorme sair do chão e ficar no céu, sem nenhuma base segurando, é realmente meio louco. Mas eu achei ótimo. Principalmente porque não tem buraco na "estrada" e porque chega muuuuito rápido. Quando olhei pra fora de novo, enxerguei o Rio da Prata e a cidade de Buenos Aires logo ali.
O que eu achei meio ruim foi o espaço das poltronas. Quem é um pouco mais alto que eu deve sofrer muito na classe econômica (lógico que viajei de econômica né), porque é muito curto o espaço entre uma fileira e outra. E os obesos? Não sei se uma pessoa obesa entra numa poltrona justinha como aquela. Nesse quesito, o ônibus que me levou até Porto Alegre pra pegar o avião é mais confortável. Mas tudo bem, não me importo de ficar que nem sardinha em lata se é pra chegar mais rápido ao destino.
O problema é que agora gostei dessa história de voar. Vou comprar um jatinho. Hehehehe
Mas mais do que a rapidez, o que mais me marcou nessa viagem foi estar nas nuvens, literalmente. Quem viaja sempre de avião nem olha mais pra fora. Mas eu achei lindo olhar as nuvens de cima. Até tentei achar algum anjinho tocando harpa lá em cima. Mas naquele dia eles estavam escondidos.
Pra quem nunca viajou de avião, eu recomendo.
Até amanhã!
Bjs






Essa foto eu tirei da janelinha do avião.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mi Buenos Aires querida

Oi gentes, blz?
Bom, hoje vou contar minhas impressões sobre Buenos Aires e seus habitantes.
A cidade é muito limpa e não se vê lixo nas ruas. As pessoas são muito educadas e solícitas. Imaginem que eu estava meio perdida na rua e um senhor parou perguntando para onde eu queria ir, e me ensinou o caminho. Vi esse tipo de atitude mais vezes nesses dias por lá.
Existem pelo menos 4 cafés por quadra (não é exagero não). Como eu sou movida a cafeína, amei essa história. E o café é óóóótimo.
Nesses cafés o que eu mais vi foram pessoas idosas (quando eu digo idosas, é com mais de 70 anos) sentando, tomando seu cafezinho, lendo seu jornal ou um livro qualquer. Fiquei impressionada com o número de idosos nas ruas. Pessoas que, aqui no Brasil, se escondem, ficam em casa esperando a vida passar. Cheguei a conclusão de que isso acontece por conta da cultura da leitura. Eles leem muito. E quem lê não fica velho. Aprende sempre e "vive histórias" o tempo todo, independente da idade ou classe social. Quem lê, viaja.
Outra coisa que me chamou a atenção foi o exagero nas porções de comida e bebida. Tudo é exageradamente grande. Um bife dá pra duas pessoas comerem e se empanturrarem. Ah, e ainda sobre comida, tudo tem carne e batata. Passei uma semana sem comer arroz. E salada só se você pedir à parte. Não tem essa história de alface e tomate enfeitando o prato. Eles não tem o hábito de comer salada. Só de batata.
Vi muito mais lojas de roupa masculina do que de feminina, ao contrário do que vemos no Brasil. Os homens se vestem, geralmente, muito bem. E também vi muitos homens cuidando de seus filhos nas praças e restaurantes. Ah, e eles também se abraçam e beijam quando se cumprimentam, que nem as mulheres aqui. Vai ver eles tem instinto materno ou algo do gênero.
A arquitetura é um assunto à parte. Os prédios do centro da cidade são muito antigos, mas todos muito bem conservados. As praças são uma loucura de tão grande, com suas estátuas, esculturas e obras de arte. As igrejas então, são "museus" lindos a serem visitados.
Vi muitas livrarias e sebos. E muitos teatros. Todos com filas enormes, mesmo no meio da semana. O que mostra que o povo de lá preza muito a cultura.
Além de prezar a cultura, prezam o Boca Juniors, o Maradona e o futebol. Em qualquer lugar da cidade pode-se comprar uniformes do Boca, fotos e vídeos do Maradona e camisetas da seleção Argentina de futebol.
São muito apaixonados por aquilo que é de lá. Uma das coisas que eu amei foi ter Mafalda por todos os lugares. Bottons, camisetas, bonecas de pelúcia, livros, posters da Mafalda por todo lado. E até uma estátua da Mafalda fizeram no bairro de San Telmo (aquela ali da foto, junto comigo).
Durante a semana que eu estava lá, Mercedes Sosa, a grande voz da Argentina, estava internada no hospital. Ela morreu no domingo, meu último dia lá. Como eu estava parando perto do Congresso Nacional (que segundo os argentinos, é um prédio muito bonito mas não serve pra nada), vi toda movimentação para o velório de uma das artistas mais importantes da América Latina.
A acessibilidade na cidade não é lá uma Brastemp. As ruas e avenidas principais são bastante largas e com sinalização no chão para deficientes visuais. Entretanto, as demais ruas são muito velhas e quebradas. Acho que para quem usa cadeira de rodas deve ser um suplício andar nessas ruas. Além disso, os prédios mais antigos não tem elevadores. Eu tive de subir uma escadaria absurda para entrar no prédio em que apresentaria meu trabalho. Mas em todas as ruas tem lugares especiais para parar carros que transportam deficientes físicos e idosos, pra pessoa poder descer do carro com segurança sempre. E os estacionamentos para deficientes físicos são respeitados.
Jisus! É muita coisa pra contar. Mas essas são as principais impressões da cidade num plano geral. Amanhã eu conto as emoções da minha primeira viagem de avião.
Até amanhã!
Bjs

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Tô de volta!

Oi amigos, blz?
Estava com saudades de vocês, da minha casa, dos meus gatinhos. Foi uma semana fora de casa. Mas acho que vai demorar mais de mês pra matar as saudades.
Tudo que eu via ou que achava interessante lá em Buenos Aires, anotava pra contar aqui pra vocês.
Mas vamos com calma. São muuuuuuitas histórias pra contar.
Primeiro tenho que dizer que a minha apresentação na Reunião de Antropologia do Mercosul foi ótima. Eu estava muito tranquila e as pessoas presentes eram muito gente boa, assim, fiquei super à vontade.
Fora a grande oportunidade que tive de apresentar um pouco da minha pesquisa, aprendi demais com os outros trabalhos apresentados, todos de uma qualidade sem igual (e de gente grande, com mestrado, doutorado, etc.).
Bom, Buenos Aires já diz no nome: bons ares. Não sei se foram os bons ares, alguma coisa na água, no café ou naquelas Quilmes todas que bebi, mas me senti como uma "não esclerosada" por lá. Como a cidade é no nível do mar e não tem nenhuma ladeira pra subir ou descer, caminhei muito. Mas muito mesmo. Nesses sete dias caminhei mais do que no ano todo. E o melhor: sem dor e sem fadiga. Parece até mentira.
Eu andava sorrindo que nem criança que ganhou o brinquedo que queria no Natal. Pra quem caminha sempre, caminhar um pouco mais ou um pouco menos não faz a mínima diferença. Mas pra gente como eu, que tem fadiga com menos de 10 minutos de caminhada, ficar caminhando horas e mais horas é uma vitória, um presente, algo inexplicável.
Bom, tenho mil coisas pra resolver e me organizar hoje. Então, deixo mais histórias para amanhã.
Até amanhã!
Um super abraço a todos!
Bjs

Em tempo: a fotinho de hoje é da minha apresentação. Ficou meio fora de foco e talz, mas eu sou aquela ali do meio, atrás da mesinha.