sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mais um sonho realizado

Oi amigos, blz?
Estou exausta mental e fisicamente. Essa história de fazer trocentas provas tá me acabando. Mas, o bom é que as provas também estão acabando.
Hoje à tarde apresentarei para a banca de avaliadores o meu artigo. Depois disso, posso dizer que sou mais uma coisa: especialista em comunicação organizacional.
Mais uma etapa da vida vencida!
Amanhã entro num busão e vou novamente para Florianópolis, passar a semana lá fazendo provas e aproveitando aquela ilha maravilhosa, com praias belíssimas. Não vou me hospedar em nenhuma das praias, mas estou levando biquini e filtro solar. Dessa vez coloco meus pés na areia e a bunda na água salgada.
Apesar do cansaço, me sinto plena e feliz.
Quando descobri a EM, não sabia nem se conseguiria acabar o colégio. Não só acabei o colégio como consegui meu canudo na faculdade e hoje, ao que tudo indica, ganho o título de especialista em alguma coisa.
Consegui isso por ser perseverante, ou teimosa, sei lá. Mas, de tão teimosa, estou teimando em fazer mestrado e, mais adiante doutorado. O que me encanta nisso não são os títulos não. São os aprendizados. Como amo estudar e adoro pesquisa, não vejo outra coisa a fazer agora além do mestrado agora.
Outra coisa que me enriqueceu muito nesse processo foram as pessoas que conheci em todas essas etapas. Tanto as pessoas que guardo no meu coração quanto aquelas que me desafiaram, me ofenderam e foram desrespeitosos comigo ou minha condição de esclerosada. Porque sabe né, nem todo mundo consegue entender que, só porque o ferimento não está exposto, não quer dizer que ele não existe. Mas aprendi com todas essas situações.
Por isso que eu sugiro à todos os esclerosados, jovens ou idosos, que não parem de produzir. Pode ser fazendo uma faculdade, um curso de artes manuais, de língua estrangeira, de como passar camisas...enfim, o importante é estar ativo.
Já falei por aqui que "mãos vazias a cabeça é oficina do diabo". Quanto menos a gente faz, menos tem vontade de fazer. Quanto menos se sai de casa, menos se tem "coragem" de sair. Quanto menos se tenta, menos se faz.
Não sei se vou conquistar tudo que eu sonho, porque eu sonho pra caramba. Mas não vou ficar sentada em casa esperando as oportunidades aparecerem na minha frente. Vou continuar procurando a realização dos meus sonhos por aí. E nesse caminho sei que tenho muita coisa pra aprender, muitas pessoas pra conhecer e muitas felicidades pra colecionar.
Vai ser difícil? Provavelmente. Momentos ruins sempre existem. Mas não posso fazer eles maiores que minhas alegrias. Não posso valorizar mais as pessoas que não gosto do que aqueles que eu amo e que me amam.
Hoje conquisto mais um sonho. Espero que vocês também conquistem os seus.
Bjs

Em tempo: como vou estar viajando semana que vem, e não levarei meu laptop pra praia, me ausentarei aqui do blog. Mas quando voltar, conto como foi tudo e todas as novidades que descobrirei sobre a vida, a EM e a minha vida com EM.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Válido até:

Oi amigos, td bem?
Passeando pelo mundo maravilhoso da internet, me deparei com essa figura aí de cima. Uma foto belíssima de uma campanha publicitária da MS Society (Sociedade de Esclerose Múltipla).
No corpo da moça está carimbado em diversos lugares a frase "use by:", que equivale ao nosso "válido até", que sempre tem em produtos. Bem embaixo a frase: "Quando você tem Esclerose Múltipla você nunca sabe o que será o próximo a expirar".
Gostei muito da idéia, como publicitária e como esclerosada.
A maioria das pessoas que não tem EM não consegue entender porque a gente fica meio paranóico com qualquer coisa que sentimos no nosso corpo.
Agora eu já sei a diferença do formigamento de surto e do formigamento normal porque a musculatura está cansada. Quando a dor é de surto ou é a tal da dor neuropática. Enfim, a gente vai aprendendo com o tempo a saber interpretar os sinais que o corpo dá.
Ainda assim, o medo do surto está sempre dentro de nós.
E como a gente nunca sabe em que área vai aparecer a próxima lesão, a gente também não sabe que parte do corpo vai "perder a validade", pelo menos por um tempo. E é exatamente por isso que a maioria dos esclerosados fica sempre alerta para todo e qualquer sinal que o corpo emite.
Quando olhei a foto, a primeira coisa que me veio a mente foi a vez que o surto me deixou "sem" pernas e braços. Entrei em pânico e morri de medo de não conseguir mais movimentar os membros, ou movimentar mas ser dependente da mesma forma por conta de uma fraqueza causada pela lesão.
Ainda bem que o prazo de validade dos meus membros é mais longo. Ainda assim, sei que um dia pode acontecer isso de novo, sei que o prazo de validade do meu corpo é mais curto que o nomal. Não, esclerosado não morre mais cedo. É que alguns órgãos tem menor validade que os outros. Aí a gente vai capengando.
Mas, enquanto tudo funcionar, ainda que capenga, vou continuar aprontando por aí e fazendo tudo que posso para aproveitar de forma saudável e consciente, esse corpitcho que papai do céu me deu, que mamãe "fez do nada", e que tenho cuidado nesses meus 23 aninhos.
Até amanhã!
Bjs

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Que palavra usar?

Oi gentes, tudo bem?
Esclerose é um nome que incomoda muita gente. Tudo porque o termo esclerose foi usado por muito tempo, de forma errônea, para designar pessoas com algum nível de demência ou perda de memória.
Recebi um e-mail esses dias de uma amiga dizendo que se sente incomodada por eu chamar quem tem esclerose múltipla de esclerosado. Entendo plenamente sua incomodação, afinal, crescemos num mundo em que esclerosado é sinônimo de doido.
Mas, quem está errado é quem usa esclerosado para demente, e não quem usa esclerosado pra quem é realmente esclerosado. E quando eu tô certa não abro mão de fazer a coisa certa. Mesmo que demore um tempo pras pessoas entenderem. Mesmo que haja preconceito e discriminação não só com a doença, mas com a palavra.
A palavra esclerose vem de Escleros, que quer dizer endurecimento. Uma esclerose é uma placa ou tecido endurecido. O nome "esclerose múltipla" significa que a pessoa tem mais de uma esclerose, ou seja, mais de uma "placa" de endurecimento na mielina, ou mais uma cicatriz. Muitas vezes o termo esclerosado é usado para as pessoas que perdem a memória ou apresentam outras confusões mentais quando vão envelhecendo. Bueno, até existe alguns tipos de demências que se dão por endurecimento de placas no cérebro. Mas não tem absolutamente nada a ver com a esclerose da bainha de mielina, que é o que a EM é.
Bom, mas voltando ao questionamento: usar ou não a palavra esclerosado, acredito que, as pessoas em geral só vão entender que esclerose não é demência e que pode ter diversas manifestações e uma delas é a Esclerose Múltipla, se nós falarmos o que temos e o que é essa tal de esclerose múltipla. Não dá pra querer que os outros entendam se nós não explicarmos.
Claro, enche o saco explicar 200 vezes a mesma coisa pra pessoas diferentes. Mas me enche mais o saco ouvir ignorâncias. E, para parar de ouvir bobagens do tipo: tu é esquecida? tu tem problema mental?, eu prefiro dizer exatamente o nome da minha doença: Esclerose Múltipla.
Sobre ser esclerosado ou não, prefiro me auto chamar de esclerosada. Porque vejam bem, "portador de esclerose múltipla", supõe que você porta a doença e quando quer tira ela. Eu porto minha identidade no bolso, a esclerose eu tenho sempre e sem a alternativa de não ter (por enquanto).
Outra alternativa seria "paciente de esclerose múltipla". Entretanto, eu não sou paciente pra nada, muito menos pra doença.
Outro termo seria "doente de esclerose múltipla". Mas eu não sou doente. Eu tenho uma doença que, quando se manifesta em forma de surto, me deixa doente.
E dizer que eu tenho uma "doença desmielinizante" acho pior ainda, porque aí a pessoa não vai entender mesmo.
Ah, dá pra dizer esclerótica. Mas gosto menos ainda dessa palavra. Sei lá, não é uma palavra bonita...hehehe
Estudando o bom português tupiniquim, vemos que o sufixo ADA pode significar: que tem tal coisa. Por exemplo, em goiabADA, quer dizer que o doce tem goiaba. A mesma coisa com esclerose. EsclerosADA é a criatura que tem esclerose.
Portanto, não é errado chamar o vivente que tem Esclerose Múltipla de esclerosado.
O que falta é nos acostumarmos com o nome e espalharmos pelo mundo todo o conceito certo da palavra.
Até pouco tempo nos hospitais ouvíamos que tal paciente tem CA, ou TBC. Não se falava nem câncer nem tuberculose. Mas, não usar o nome correto não faz a doença sumir.
Por isso, continuo dizendo esclerosado. Lamento se isso faz alguém sentir algum desconforto. Mas se preferir, você pode dizer apenas que tem Esclerose Múltipla ou uma doença desmielinizante. Cada um trata a doença do jeito que lhe dá maior conforto.
Sinceramente, tanto faz o nome que se dá. A doença é a mesma e não mudam os sintomas se mudar o nome. Muito menos some se não falarmos dela ou sobre ela. Por isso amiga que me escreveu, vou continuar chamando de esclerosado e explicando, pra quem quiser saber (e pra quem não quiser também), o que ser esclerosado quer dizer. Desculpa! Espero que continues lendo o blog mesmo assim, e me escrevendo e dando sugestões.
Um abraço pra nação de esclerosados, escleróticos, estropiados, malacabados ou seja lá a palavra que você goste de usar.

Até amanhã!
Bjs

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"O Poder da Esperança"

Oi amigos, blz?
Tenho hábito de estudar vendo televisão, e ontem, tive uma feliz surpresa assistindo o GNT. Gosto muito do programa Happy Hour, um programa descontraído com temas inteligentes. Ontem, por exemplo, o povo lá do programa discutia sobre acessibilidade. A mentalidade das pessoas não vai mudar duma hora pra outra, mas só de ver que estão discutindo esse tipo de problema na tv, já é um grande avanço.
Um comentário interessante que foi feito no programa é que, pessoas quando vão para a Europa ou EUA dizem que lá tem muito mais deficiente que no Brasil. A verdade é que lá os deficientes podem sair na rua porque tem acessibilidade, que gera independência. Aqui no Brasil os deficientes tem que ficar trancafiados em casa vendo Sessão da Tarde porque não tem acessibilidade.
Mais tarde, enquanto eu estudava e mamãe zapeava, paramos pra ver um filme no Telecine que acho que todos devem ver. O nome do filme é "O Poder da Esperança".
O filme conta a história real de Richard Pimentel. Depois da morte de seu pai e tendo uma mãe com problemas psiquiátricos, Richard descobriu que tinha o dom de falar em público. Já na faculdade, decepcionou-se ao ser rejeitado pelo orientador que escolhera. Com isso alista-se no exército e vai para o Vietnã, de onde volta com deficiência auditiva. Lutando contra essa desvantagem é que sua vida começa a ganhar sentido. Percebe que pode tornar visíveis os deficientes e ajudá-los a se verem como cidadãos válidos. Dando palestras para vários órgãos do governo, sua atuação foi fundamental para a elaboração da "Americans with Disabilities Act" (ADA) de 1990, lei que proibe a discriminação das pessoas portadoras de deficiências. Hoje, o programa "Tilting at Windmils" (algo como lutando com moinhos de vento, uma clara alusão a Dom Quixote) criado por ele é utilizado em diversos países e considerado referência em programas de empregabilidade para pessoas com deficiência.
Aqui no Brasil não sei se tem esse programa, mas conheço a "1 Segundo, Cartilha do conviver", que traz conceitos sociais de interatividade com a pessoa com deficiência. Como sugere o título, é um instrumento imprescindível no seu dia-a-dia, no contato com pessoas com deficiência, seja no ambiente de trabalho ou social. "1 Segundo" Cartilha do Conviver, traz uma série de dicas que podem ser usadas no convívio com todas as pessoas com limitações, de forma geral e também direcionadas a cada um dos tipos de deficiência, individualmente (físicas, visuais, auditivas ou intelectuais). (fonte: http://www.institutoprocidadania.org.br/index.php?pg=51&cd_sec=1)
O filme vale a pena ser visto não só pela história desse homem e a importância de suas atitudes, mas também pelas tiradas cômicas de seu amigo Art, um gênio com paralisia cerebral, que torna-se o melhor amigo de Richard.
Apesar de ser uma história dramática, é um filme bom pra dar risada. Sabe aquela história de "se não fosse trágico seria cômico"? O filme apresenta diversas situações em que a única coisa que se pode fazer é rir da ignorância alheia.
Até amanhã!
Bjs
P.S.: a imagem de hoje é a foto do filme, onde aparecem o Richard, o Art e a namorada do Richard.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Bichinhos terapeutas

Oi gentes, blz?
Ontem um amigo adotou um gato. Mas o gato só foi gato na hora da adoção, porque quando eu fui conhecê-lo, vi que era uma linda princesinha de pêlos arrepiados.
Hoje fiquei de babá da Nina e na volta pra casa chamei a veterinária para dar vacina nos meus gatinhos queridos.
Sim, não adianta ter um bichinho e não cuidar da saúde dele também. Afinal, eles fazem um bem danado à nossa saúde.
Ter um animal de estimação às vezes custa caro: veterinária, vacina, comida, etc. Mas acho que eles me ajudam muito a gastar menos com remédios e terapias.
Ter um animal de estimação, seja ele gato, cachorro, galinha ou papagaio, faz bem pra saúde mental de qualquer pessoa. Pra gente "doente", faz melhor ainda. Porque assim, ao invés da gente se ocupar só com a dor, se ocupa com a dor e com as graças que os bichinhos fazem. E, de tão fofos e queridos que eles são, a dor parece que vai diminuindo.
Eu converso com meus gatos, e, pasmem, eles me respondem. Loucura? Talvez. Mas funciona muito bem essa terapia para mim. Pesquisas científicas já comprovaram que a interação homem-animal faz bem à nossa saúde. Nunca fiz um tratamento com animais, mas achei bem interessante a TAA: Terapia Assistida com Animais.
Olha só o que achei na internet sobre essa forma de terapia:
Funciona da seguinte maneira: profissionais ligados à saúde, como fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos utilizam cães ou gatos para incrementar o tratamento de seus pacientes. Por exemplo: um garoto sofre de dificuldades motoras devido a um acidente de carro. O fisioterapeuta adepto da TAA pode adotar a ajuda de um cão nos exercícios de recuperação de movimentos. O que poderia ser sacrificante para o menino torna-se prazerozo e divertido.
O benefício vai além do simples exercício. Estudos comprovam que o contato com animais em casos como este fazem a auto-estima do paciente aumentar. Essa técnica acelera a recuperação com resultados satisfatórios.
Além de ajudar na cura de doenças e problemas físicos os animais podem ser úteis na educação das crianças. A visita de um cão numa escola, por exemplo, pode dar aos alunos a oportunidade de conhecer de perto o bicho e de aprender a lidar e respeitar o animal. Isto é a Atividade Assistida por Animais - AAA. Pode-se também realizar visitas monitoradas com animais a asilos ou centros de recuperação de menores.
Para que todos esses benefícios ocorram, é importante não esquecer da relevância da posse responsável. Tratar o animal com respeito e com carinho é fundamental para o sucesso da interação. (fonte: http://www.arcabrasil.org.br/animais/interacao/terapia2.htm)
O bichinho não é "a" cura para todos os problemas, mas eles certamente tem um papel significativo em nossas vidas. Experimente você também ter um bichinho pra te divertir, te ocupar e te amar.
Até amanhã!
Bjs
Em tempo: a gatinha lindinha da foto é a Nina.
Dica de livro e filme: Marley e Eu

sábado, 21 de novembro de 2009

Contra o Ato Médico!

Oi amigos, blz?
Hoje tenho duas "utilidades públicas", a primeira é referente a uma pesquisa que o Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre está fazendo:
"O Hospital Moinhos de Vento seleciona pacientes com suspeita de esclerose múltipla para participar de estudo para avaliar o tempo entre o início dos sintomas e a confirmação ou não da doença. Os participantes devem ter tido o primeiro sintoma neurológico nos últimos 60 dias, com duração superior a 24 horas, sem ter diagnóstico da enfermidade. Informações e inscrições: (51) 3314-3296 ou juliana.zeni@hmv.org.br"

Dado o recado, gostaria de colocar aqui, publicamente, que sou CONTRA O ATO MÉDICO!
Acho absurdo uma classe de profissionais da saúde acharem-se donos da saúde. Acho absurdo tirar a autonomia de profissionais que estudam tanto quanto, quando não mais, para cuidar da nossa saúde, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, etc.
Acho ridículo os médicos dizerem que a acupuntura tem que ser uma especialidade médica, uma vez que, há apenas 15 anos eles riam e diziam que esse tratamento milenar era uma bobagem e que não servia pra nada (ninguém me contou não, eu vi isso).
Acho ridículo eles falarem que tratamentos "invasivos" tem de ser feito apenas por médico. Conheço muito médico que não sabe aplicar uma injeção direito. Ah, mas eles dizem que injeção enfermeiros e farmacêuticos poderão dar. Então me pergunto: acupuntura, que é uma agulha minúscula que entra milimetros na pele é invasivo, mas uma injeção intramuscular não é?
Meio estranho isso, parece coisa de quem quer fazer apenas o que dá mais dinheiro.
Já vi muito erro médico ser consertado por fisioterapeutas e enfermeiros. E ninguém me contou não, eu vi com esses olhos que a terra não há de comer porque vou cremar.
Então, esses médicos que não estudaram fisioterapia é que vão mandar no tratamento do fisioterapeuta? Que não estudaram fonoaudiologia é que vão mandar no tratamento do fonoaudiólogo? E quem vai fazer os remédios se os farmacêuticos não puderem exercer seu ofício porque um médico que não estudou bioquímica a fundo é quem manda nele?
Na minha opinião, se o Ato Médico passar, limpar a bunda de paciente internado no hospital também deve ser considerado tratamento invasivo. Quero ver eles fazerem o trabalho dos nobres enfermeiros e auxiliares de enfermagem que fazem isso todos os dias. Ou vocês não acham que limpar a bunda de outra pessoa é invasivo?
Bom, eu sou apenas uma pessoa doente, filha de fisioterapeutas e que já passou por trocentos médicos que tem essa opinião. Mas, descobri que o Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior, cirurgião-chefe da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação (maior rede de reabilitação do país) concorda comigo. Então, como ele tem mais propriedade pra falar do assunto do que eu, segue abaixo as palavras dele:

"Burrice em verde-e-amarelo
No Senado está em discussão um projeto de lei denominado "Lei do Ato Médico", que subordinaria todos os profissionais que atuam na área de saúde à autoridade de um médico, independentemente de sua qualificação. É diferente uma subordinação desse tipo àquela de um trabalho em equipe, que respeita o conhecimento e a experiência individual e resulta em um compartilhar de responsabilidades por todos aqueles que tratam alguém.
A chamada interdisciplinaridade (trabalho em equipe e não trabalho isolado) é uma atitude que surge principalmente no século XX. Estamos, portanto, falando de uma tradição recente que coincide com o surgimento de várias atividades, como terapia, psicologia, biomedicina, fonoaudiologia, bioquímica, microscopia eletrônica, e inúmeras outras que se desenvolveram enorrmemente com o progresso da informática - como, por exemplo, a operação de equipamentos de alta tecnologia.
Se voltássemos cem anos, veríamos o médico trabalhando praticamente isolado. Com os conhecimentos que dispunha, surgiam as decisões que, freqüentemente, ele mesmo implementava no sentido de diminuir o sofrimento daquele a quem se dedicava.
Com o progresso da ciência e a sua influência na prática médica, um grande número de profissionais de várias especialidades, também formados por universidades, passaram a participar nas várias etapas de avaliação que, em última análise, iriam determinar a ação que procurava a cura.
É fato que, muitas vezes, por interesses escusos, grupos de profissionais da mesma área, isolados e marcados pelo corporativismo, passam a disputar o doente como se este fosse uma mercadoria. Em alguns países e hoje, até no Brasil, por uma atitude imitativa tupiniquim, adotou-se a expressão "consumidor" , para definir aquele que por um infortúnio procura atenção para a sua saúde.
A Rede Sarah, como outras instituições de renome internacional, projetou-se implantando desde os seus primórdios uma atuação multidisciplinar. Nesta, profissionais de várias áreas do conhecimento e da ação cotidiana se dedicam à reabilitação. Todos aqueles que participam do tratamento de cada um e não apenas o médico têm seu lugar e valor reconhecidos pelo mérito que surge da competência. Ou por acaso quem humilde, mas conscientemente, mantém o hospital impecavelmente limpo também não está contribuindo para a saúde? Interdisciplinaridade, portanto, implica co-responsabilidade e não em uma visão vertical e canhestra da ação em saúde. Se aprovado o projeto da "Lei do Ato Médico", o Brasil mais uma vez fica na contramão de tudo o que está sendo feito no mundo. Tendo sido descoberto na Renascença ingressa para gáudio da corporação médica, na Idade Média...
Mergulha de vez no corporativismo que tudo emperra!
A "Lei do Ato Médico" subordina tudo que é necessário para restabelecimento da saúde a uma só profissão - a médica. Já existem tentativas de "remendos" no projeto de lei para atender a esta ou àquela corporação. Remendos o Brasil já tem demais! É ruim? Joga no lixo! Senão, arriscamo-nos destinar ao lixo o que, pela pesquisa, pelo estudo árduo e conseqüente progresso, juntos conquistamos."

Bom, você amigo esclerosado, estropiado e afim, que tem (ou pelo menos deveria ter)acompanhamento médico e fisioterapêutico, que quando fica internado depende dos queridos enfermeiros que acompanham nosso dia a dia mais de perto que os médicos, sabe o quanto esses profissionais são importantes nas nossas vidas. Se você concorda comigo e quer continuar tendo um atendimento bom em saúde e que esse atendimento melhore a cada dia e não fique cada vez mais medíocre (principalmente a saúde pública), ajude a divulgar esse site aqui: http://www.atomediconao.com.br/
E dê uma passada por lá para ajudar a dizer NÃO!
Sabe né, ano eleitoral, quanto maior o coro, mais os políticos pensam na hora de aprovar ou não uma lei dessas.
Ótimo findi pra nós todos!
Até segunda-feira!
Bjs

Em tempo: eu citei apenas 3 profissões prejudicadas com o Ato Médico, mas é importante lembrar que essa lei absurda vai prejudicar a atuação de TODOS os profissionais da área de saúde.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Palhaçada eficiente

Oi gentes, blz?
Vocês sabem, quem tem uma doença faz de tudo pra achar formas de viver melhor com ela e, de preferência, para ter uma cura.
A Esclerose Múltipla ainda não tem cura, mas as pesquisas não param e a cada dia recebemos novidades animadoras sobre a evolução das buscas pela cura da EM. Entretanto, para que essas pesquisas sejam realizadas, é necessário uma quantidade absurda de dinheiro.
A MS Society, entidade que faz pesquisas em EM tem diversos programas para arrecadar bufunfa para que as pesquisas não parem.
Mas vejam só até onde vai a criatividade de um corpo doente com uma mente genial:
"Palhaços tiram a roupa por uma boa causa!
Grupo americano produz calendário para arrecadar dinheiro para pesquisas sobre esclerose múltipla
Os palhaços do San Francisco Circus Center, nos Estados Unidos, se uniram na produção de um calendário cuja renda será revertida para a MS Society, entidade de pesquisas sobre a esclerose múltipla.
Chamada de Naked Clown Calendar (Calendário de Palhaços Pelados), a iniciativa acontece todos os anos. Tudo começou quando Judy Finelli, uma malabarista, co-fundadora da Escola de Arte Circense de São Francisco, foi diagnosticada com esclerose múltipla, em 1989. Para gerar fundos para pesquisas de desenvolvimento de novos tratamentos e cura para a doença, os palhaços do San Francisco Circus Center se reuniram na criação e produção do calendário. No ano passado, o Naked Clown Calendar 2009 arrecadou US$ 2 mil para a entidade. O calendário é vendido no site www.nakedclowncalendar.com, por US$ 14,99. " (fonte: Época Negócios)

Uma palhaçada divertida e eficiente.
Depois tem gente que diz que ninguém faz nada pra chamar a atenção pras pesquisas de EM. Quer coisa mais chamativa que palhaços pelados?
Como diz minha amiga Lulu: não há o que não haja!
Hehhehehe
Adorei!
Até amanhã!
Bjs

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Gentileza gera gentileza...

Oi amigos, blz?
Hoje saiu o resultado da prova que fiz segunda. Resultado: não fui chamada. Mas tudo bem. Lógico que eu queria passar, senão, não teria feito, mas sei que às vezes, querer (se esforçando, trabalhando e estudando) não é poder. E tudo bem.
Bom, mas lembram que eu eu contei sobre o infeliz comentário da professora que entregou as provas (leia aqui). Pois é, na hora eu fiquei possessa, mas não podia comentar ou criticar porque estava numa posição muuuuito desfavorável pra isso. Entretanto, falei que, sendo ou não chamada, quando acabasse o processo de seleção, enviaria o post pra professora.
Eu sei que as pessoas não vão mudar duma hora pra outra. Mas, a melhor forma de começar uma mudança, é perceber que você precisa mudar.
Se ninguém nunca falar pra ela, por exemplo, que falar dum deficiente físico como um bicho de sete cabeças é discriminatório, preconceituoso e machuca quem já passou ou passa por isso na pele, ela poderá nunca se dar por conta disso. Não vou citar nome porque não acho necessário, mas um detalhe importante e cômico, se não fosse trágico: a área de atuação dessa professora é antropologia do corpo e da saúde.
As coisas que eu mais escutei até hoje em relação a minha vida e minha doença foram: mas você é tão bonita pra ser doente e ficar caminhando desse jeito (cambaleando no caso); Esclerose Múltipla? Mas você é tão inteligente; Você se formou? Mas você não é doente? ; Pra que continuar estudando e trabalhando se você tem EM?
Simplesmente rí-di-cu-lo! Como se um portador de EM ou de qualquer doença ou deficiência tivesse obrigação de ser feio, torto, burro e idiota.
Até pouco tempo atrás, eu dava um sorrisinho amarelo pra gente que me dizia essas coisas. Mas depois de tantos anos, me enchi o saco de aceitar esse tipo de comentário. Me enchi o saco de ter que entender que "não era minha intenção te ofender". Se você é assassino e diz que não teve intenção de matar, por acaso a pessoa que você matou volta a viver? Não!
A intenção pode até não ser machucar, ofender e se mostrar ignorante, mas, é o que acontece. Como diz meu vô, de boas intenções o inferno está cheio.
Sei que muita gente fala porque tem boca e não porque tem cérebro. Sei também que muita gente é ignorante no assunto. Mas por favor, pensem que vocês estão falando de pessoas, seres humanos assim como qualquer um, que sente, ri, chora, ama, odeia, enfim, vive! Ou melhor, se não tem nada de bom pra falar, não fale nada.
Tem gente que diz: ah, mas tu faz piadinha com tua condição. Claro que faço e dou risada em horas próprias pra isso. E até dou risada das piadinhas que fazem, também em horas próprias. Mas brincadeirinhas e piadinhas são completamente diferentes de comentários discriminatórios ditos como se fosse uma coisa natural.
Então, eu respondo pra quem faz comentários infelizes não por ser chata ou querer um tratamento diferenciado. Ao contrário, eu falo porque sonho em viver num mundo em que todos sejam tratados com respeito, independente de condição física, mental, cor, credo, opção sexual, etc...
Podem até chamar de chatice e frescura de doente, mas acho que respeito e gentileza não faz mal a ninguém.
Respeito gera respeito e gentileza gera gentileza!
Até amanhã!
Bjs

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cansaço mental

Oi gentes, blz?
Nada como a casinha da gente né?
Esqueçam o que eu disse sobre a rampa da UFRGS não ser íngreme. Infelizmente ela não permite que um cadeirante, por exemplo, ande por ela sem ninguém empurrando. Chato né?
Depois de tantas provas em tão pouco tempo, estou com o cérebro cansado. Tá, eu sei que cérebro não é músculo pra ter fadiga. Mas juro gente, meu cérebro entrou em fadiga. Parece que estou em câmera lenta e não consigo raciocinar muito bem sobre a vida.
O pior de tudo de um cérebro cansado, é que a gente fica esquecido. Hoje, depois de lavar a louça do almoço, levantei 2 vezes do sofá pensando em ir lavar a louça. Escovei os dentes 2 vezes (mal não deve fazer) e já fui 3 vezes no meu quarto pegar alguma coisa e quando chego lá, não lembro que coisa era. Aliás, não lembro nem agora. Espero não lembrar 4 vezes de fazer o lanche da tarde.
Consultando o Dr. Google sobre cansaço mental, achei essa declaração no G1:
"Tarefas repetitivas, quando exigem concentração, acabam desgastando o cérebro. Segundo a neurocientista Suzana Herculano Houzel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ninguém precisa se sentir menos por se sentir esgotado por fazer contas, escrever, ler ou realizar qualquer outra atividade mental por muito tempo.
“Pensar cansa”, ela diz. “Mas o aspecto curioso do cansaço do cérebro é que ele é específico para aquelas partes que estavam trabalhando intensamente de fato. Então, se você passa muito tempo fazendo contas de cabeça, você esgota a sua capacidade de lidar com números, mas você é totalmente capaz de sair dali e ir tocar piano, ou ir ler um livro, ou fazer alguma atividade que exija de outros sistemas do seu cérebro.”
Qual o melhor remédio?
Dormir!
Sim, dormir um pouco mais, ter qualidade no sono. A única forma do cérebro descansar é dormindo.
Portanto, vou tirar um cochilo agora de tarde. Sem sentir culpa por isso ou me achar preguiçosa. Também, uma preguicinha de vez em quando não faz mal a ninguém.
Melhor: começou a chover agora... dia perfeito para se atirar no sofá.
Quem tiver dicas de como descansar o cérebro, favor escrever nos comentários...hehehe
Amanhã vou estar mais descansada pra escrever algo que preste aqui pra vocês.

Até amanhã!
Bjs
Em tempo: Hoje minha amigona Raquel Simor, que eu amo e sinto saudadiii faz niver. Parabéns Raque!!! Muitas felicidades!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Denúncia

Oi amigos, blz?
Hoje fiz a prova de conhecimentos específicos pro mestrado em Antropologia da UFRGS. Mais uma vez, saí satisfeita com a prova que fiz. Se eles vão gostar ou não, é outra história.
Dessa vez a prova foi numa sala com ar condicionado, mesas e cadeiras estofadas. Muito melhor pro meu corpitcho e pro cérebro também, porque com o corpo confortável a mente age melhor.
Meu titio querido me levou pra fazer a prova, e só entrava carro na área do prédio se fosse professor. Abri o vidro, disse pra mocinha que eu não podia subir aquele morro porque era portadora de necessidades especiais, ela me olhou meio desconfiada, mas deixou entrar com o carro até a porta do prédio.
Chegando lá fiquei feliz que pra subir pros outros andares não tinha escadaria, apenas rampa. Uma rampa bem larga e não muito íngrime. Tranquilo pra muletante, cadeirante, mancante, esclerosado, etc...
Pois bem, entramos na sala, me sentei perto da janelinha, pra olhar as árvores lá fora caso me perdesse nas perguntas, e ficamos esperando até a hora marcada. A professora que estava lá disse que éramos privilegiados, porque nas provas dos anos anteriores choveu canivetes, faltou luz, e blablabla. Pensei: legal, tá querendo nos tranquilizar. Até o infeliz comentário: "teve um ano que foi pior. Um cadeirante se inscreveu e não nos avisou que era cadeirante. Imaginem só, não nos avisou e não tinha rampa nem elevador no prédio. Nossa acessibilidade é péssima!"
Ok, a professora admitiu que a acessibilidade era ruim, mas nunca ouvi falar que pra participar de uma seleção em alguma coisa precise escrever na ficha que tem dois olhos, uma boca, 2 pernas, um cérebro, é gordo, é magro e o escambau. Que mania que as pessoas tem de achar que estão fazendo favor pra deficiente físico, quando na verdade, o que o deficiente físico quer é um ambiente bem projetado, onde ele não precise pedir ajuda dos outros até pra mijar.
Acho absurdo uma universidade federal não ser exemplo de acessibilidade. E fico triste quando pessoas com tanto conhecimento na cachola fala uma coisa dessas sem se dar por conta que o deficiente não tem que avisar que é deficiente, a universidade é que tem que estar preparada para receber qualquer tipo de pessoa. Como diz nossa amiga Taís (visite aqui o blog dela sobre acessibilidade),
"Se o lugar não está pronto para receber TODAS as pessoas, então o lugar é deficiente".
Fora isso, ontem dei uma passada na Bienal e na Feira do Livro. Sem comentários sobre acessibilidade nesses locais. Se eu não conseguia passar direito pelos corredores só porque tenho bunda grande, imagine quem anda de cadeira de rodas, quem precisa de acompanhante, etc. Ainda bem que tinha minha "muleta" ontem... minha prima lógico. Senão, seria tombo na certa diversas vezes.
Alimentei meu vício pelas palavras. Não no sentido figurado, no literal mesmo. Alimentei de verdade, de encher a pança. Tinha poesias comestíveis. Um papel estranho com sabor de limão e laranja doce. Muito divertido.
Mas para comprar livros com preço bom e conhecer as atrações da Feira, um malacabado tem que penar. Não existe vaga de estacionamento para deficiente físico. Quer dizer, existem algumas, porque a prefeitura deve pensar: esses deficientes que fiquem em casa tricotando, não tem nada que sair na rua, atrapalhar o movimento nas calçadas e ficar reclamando, coloca aí 2 vagas no centro pra eles.
E definitivamente, os corredores são muito estreitos pra tanta gente que não sabe caminhar sem cotovelar os outros.
To fazendo "denúncias" aqui hoje porque acho que devem ser feitas. Não to de mal com a vida, pelo contrário, estou muito feliz. Mas se cada um de nós pensasse um pouquinho mais no bem estar da sociedade em geral (crianças, idosos, deficientes, etc.) eu estaria mais feliz ainda e não precisaria falar disso por aqui. Pô gurizada, se liguem né!
Amanhã tem provinha de proficiência em inglês e francês e volto pra casa.
Volto pro blog quarta-feira, já em casa.
Até quarta!
Bjs

sábado, 14 de novembro de 2009

Viagem sonolenta e turbulenta

Oi amigos, blz?
Bem que me falaram que viajar na sexta-feira 13 podia dar zica. Eu, cética com essas coisas, não acreditei. Bem feito pra mim!
Não se preocupem, não deu nada de errado, não me mechuquei nem senti. Mas que foi um dia bizarro, isso foi.
Primeiro foram as 10h no ônibus, que até foi tranquilo. Dormi umas 4h no bus, acordando em cada parada. Quando o sol nasceu, liguei meu mp3 player e fiquei aproveitando a paisagem. De Camboriú até Floripa, boa parte da paisagem é areia e mar. Lindo, lindo, lindo!
Chegando em Floripa, enfiei meu travesseiro e o casaquinho na mala, deixei ela no guarda volumes da rodoviária, tomei banho de gato (com lencinho umedecido de limpar bunda de nenê), peguei um bus no terminal central e fui rumo a UFSC.
Até aí ok. Fui admirando o mar, sentindo aquele cheirinho de praia e pensando: putz, não vou nem molhar os pés no mar dessa vez.
Aí pelas 1oh estava eu lá na UFSC. Achei o prédio onde faria a prova, tomei meu Toddynho, sentei num banco embaixo das árvores e fiquei observando o povo passar. Não precisava ser gênio pra saber que eu não era de lá, afinal, eu era a única pessoa de calça e tênis naquele mar de gente de shorts, vestidinhos soltos e havaianas. Fiquei lendo uns textos, comi alguma coisa na lanchonete e voltei pros banquinhos, esperar a hora da prova.
De repente avistei uma feirinha hippie. Sabe aqueles tiozinho hippie que vendem brinco, colar, pulseira nas praças? Pois é, em Floripa eles vendem também em barraquinhas dentro da universidade. Em frente ao prédio onde eu ia fazer prova, tem uma concha acústica. A coisa foi ficando movimentada. Estudantes montaram barraquinhas pra se proteger do sol e deitaram no gramado. Alguns com um aspecto mega riponga começaram a fazer exercícios cênicos de expressão corporal (bizarríssimo). Quando abri os olhos de novo, descobri que havia cochilado deitada no banco de concreto. Pior, uma banda de rock (metal) cristã ia começar seu show na concha acústica.
Quando desenhei toda a cena no meu cérebro pensei: será que ainda estou dormindo? Será que me teletransportei pra outra dimensão? Será que o suco de laranja era alucinógeno?
Não, o povo de lá é assim mesmo, nesse clima relax de praia, calor e verão. Achei o máximo a possibilidade de ir de shorts e havaianas pra aula sem ninguém te olhar de um modo estranho. Vida de praia é quase uma vida alternativa num mundo paralelo, mesmo dentro da universidade.
14h30min - hora da prova de proficiência em inglês. 15h - Bruna entrega a prova respondida.
Detesto prova que parece muito fácil. Sabe né, podia ser pega ratão e talz.
Peguei minha mala na rodoviária e fui pro aeroporto esperar a hora do avião. Lógico: dormi no aeroporto, sentadinha no meio do saguão lotado e barulhento. Pra não ficar pagando esse mico, tomei 2 expressos duplos e acordei. Dei graças a Deus na hora do embarque.
Vou dizer pra vocês, a diferença entre Aerolineas Argentinas e TAM é quase a mesma de um pau de arara prum ônibus leito.
Tava eu lá, olhando pela janelinha a chuva fina que caía. Decolamos, todo o blablabla de segurança no vôo até que, depois de uns 5 minutos no ar o comandante nos avisa que íamos entrar numa área instável.
Gentes, a área instável era o inferno. Eu olhava na janelinha e só via clarões e raios. Na hora que o avião subiu e desceu que nem montanha russa e eu vi um raio enorme na minha janela, rezei até pra Nossa Senhora do Cu Cagado. Se eu não me borrasse naquela hora, nunca mais me borraria. Na hora que o avião deixou de ser montanha-russa o piloto avisou que em 4 minutos estaríamos pousando em Porto Alegre. Ou seja, viajamos de lá até aqui na tal da turbulência. Viagem com emoção nível 10!
Cheguei, me lavei (tava imunda depois duma noite no bus e um dia suando), comi e deitei. Nossa, que maravilha que é deitar. Só acordei ao meio dia de hoje, 12 horas de sono initerrupto. Me disseram que deu uma ventania forte essa noite, que bateu portas e janelas. Eu não vi nada.
Pois é, não sei se viajo de novo em sexta-feira 13. Ou de avião em dia chuvoso. Vais saber o que era pior né? Hehehe.
No próximo post conto pra vocês sobre a acessibilidade dos locais.
Hoje vou descansar mais um pouco e continuar estudando, afinal, segunda-feira tem prova de novo. Antropologia da UFRGS, aí vou eu!
Até segunda-feira!
Bjs

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Hoje a festa é lá no meu apê!

Oi amigos, blz?
Hoje estou numa correria por conta de mais uma viagem. Hoje à noite vou pra Florianópolis. Coisa bem boa né? É, se eu estivesse indo pra praia. Na verdade, vou passar 10 horas dentro de um ônibus (isso mesmo, 10 horas), pra chegar lá, ir da rodoviária até a o campus da UFSC (arrastando a mala, que, obviamente, tem rodinhas), fazer uma prova de proficiência em inglês, ir pro aeroporto e pegar um avião pra Porto Alegre, onde vou passar a semana que vem, na companhia de mais provas.
Ufa!
Só de escrever já me cansei.
Apesar da correria, estou muito feliz. Esse clima de acontecimentos, viagens, provas, etc, me animam. Há alguns dias, quando a vida parecia sem graça (sempre existem esses dias né?) recebi duma amiga minha (obrigado Dani!), por e-mail um "tapa na cara" muito bem recebido da autora Martha Medeiros. Ao final do texto parei e pensei: nossa, eu podia ter escrito isso! Aquele dia estava sendo meio "xoxo" (é com X ou CH?), mas ao ler o texto lembrei de quem eu sou. Hoje vou dividir as palavras dela com vocês:
"A massacrante felicidade dos outros...
Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 60 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e, ainda assim, elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.
De onde vem isso?
Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: 'Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento'. Passei minha adolescência com a mesma sensação de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite.
É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho...
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas... Então, fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando, na verdade, a festa lá fora não está tão animada assim!
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados.
Prá consumo externo, todos são belos, sexy, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, enfim, campeões em tudo! Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia - e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta: 'Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça.' Mas tem.
Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia...
Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento..."
(Martha Medeiros)

Não tenho vergonha de vir aqui e dividir com vocês minhas desilusões, tristezas, raivas e até mesmo vergonhas por atitudes ou pensamentos. E adoro poder contar também minhas felicidades. Porque apesar dos pesares, no meu apartamento costuma ser sempre ano novo e carnaval. Mas não adianta insistir: não toca Latino e não tem bundalelê, seja lá que diabos isso for.
Amanhã, como vou estar "em trânsito", vou me ausentar aqui do blog. Mas sábado já tô de volta. Olha eu aí no avião da Jaquirana Air:

Hahahahahaha
Até sábado!
Bjs

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

No escuro

Oi amigos, blz?
Você mora na zona apagada do Brasil?
Ainda bem que aqui na minha cidadezinha não faltou luz. O que seria de mim sem TV, internet, Coca-Cola gelada e sorvete? Hehehehe
Brincadeirinhas à parte, quando entrou no ar (televisão) a notícia do apagão, disseram que podia durar até 3 dias. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: e os hospitais? e as pessoas que usam respiradores? e os coitado que não sobem escadas?
Sim, gente malacabada já tem pensamento seletivo. A primeira coisa que pensa é nos parceiros estropiados. Primeiro que nem todo hospital tem gerador decente. Hoje vi uma notícia duma UTI Neonatal que não tinha gerador nenhum. Já imaginou, perder seu bebezinho lindo e fofo porque faltou luz? Deus me livre e guarde.
E quem usa respirador em casa, já imaginou? Acho que depois dessa, todo mundo que depende de aparelhos elétricos para viver vai comprar um gerador poderoso. Eu compraria!
E os estropiado, muletante, cadeirante e afins que moram no décimo andar, ou menos, no sexto andar (como eu) e quer chegar em casa? Ou dorme no hall do prédio (sem banho) ou deixa algum amigo descadeirado, já que ele vai levar você no colo até a sua casinha.
Sim, a falta de luz afeta a vida de todos, mas gente doente sofre um pouco mais.Novidade né?
Já ouvi o comentário que "pra cego não faz diferença não ter luz". Dãããããã... por acaso deficiente visual não precisa de geladeira pra guardar comida? Energia elétrica pra tomar banho? Pra ligar o ventilador e etc? Tudo bem, a falta de lâmpada ligada talvez não faça (não sei se faz ou não), mas de energia é lógico que faz.
Vamos ficar ligados agora para saber o que realmente aconteceu. Porque pra gente poder cobrar que isso não aconteça mais, temos que saber dos fatos todos. Mas o ministro lá de minas e energia que não me venha com papo furado de um raio que atingiu a rebimboca da parafuseta da usina, que essa não cola.
Ah, e pelo amor de todos os santinhos, instalem uns geradores decentes nos hospitais desse país.

Até amanhã!
Bjs

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Diversão

Oi gentes, blz?
Bom, contei ontem sobre os percalços da viagem. Agora vou contar a diversão.
Depois de todo o "estressis" mental de fazer 3 provas nível hard de dificuldade, tinha que fazer algo pra espairecer.
No sábado à noite fui à "Fiesta Peruana", que acontece uma vez por mês no CTG (Centro de Tradições Gaúchas para os leigos em cultura gaudéria) Estância da Azenha de Porto Alegre. Em toda festa peruana minha tia tem pelo menos uma mesa reservada pra ela. Pra quem é de Porto Alegre, vale a pena conhecer e participar. Pra quem gosta de comida apimentada, vale muito a pena ir. Pra quem gosta de música animada e pra gente que não tem vergonha de dançar mal, é muito bom. E pra quem tem todas as alternativas anteriores, compra logo seu lugar pra festa do mês que vem!
Comi muita comida apimentada, bebi um licor feito com pisco (cachaça típica do Peru), que eu adoro e chamo de Amarula peruana, já que não sei o nome. O mais incrível: consegui dançar. Não danceeeeei até cair. Mas consegui mexer as cadeiras e dar boas risadas lembrando a coreografia da Macarena.
O mais massa, é que, se você dança mal pra caramba, é novo, é velho, é bem ou mal acabado, não tem problema, vergonha é uma palavra inexistente nessa festa. Muito massa a festa! Treinem uns passinhos de salsa antes de ir. Ou não... tanto faz. O importante é se divertir.
Poucas horas de sono depois, fui passear no Brique da Redenção (conheça aqui ), uma feira de artesanatos e antiguidades, ponto obrigatório pra quem visita Porto Alegre, no Parque Farroupilha, mais conhecido omo Parque da Redenção. Esse é meu parque de criança. Muito brinquei e andei de bicicleta por lá. Engraçado como, depois de tantos anos, ainda me sinto em casa nesse lugar.
No Brique, além de artistas plásticos, artesãos e antiquários, causas sociais tem seu espaço. Tive que passar na banca da ONG Bicho de Rua (conheça aqui) que tem umas camisetas divertidas de bichinhos, e também dei uma passada na banca do Fórum pela Inclusão Escolar (amanhã explico que que é isso, porque é algo importante).
Nesse findi eu ralei, chorei, tive tpm. Mas também dancei, dei risada, caminhei e superei minhas expectativas com meu próprio corpinho. A vida pode não ser só Disneylandia, mas nada me impede de ter meus momentos de parque de diversão.

Até amanhã!
Bjs


Em tempo: falando em diversão, muita alegria e felicidades pra Fran Cristófoli, que faz niver hoje. Bjs e um abração pra vc!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cadeirinha do capeta

Oi amigos, blz?
Muuuuito obrigado pelo apoio de todos, pelas palavras de incentivo e carinho que me dão força e coragem.
Fiz as provas sexta e sábado na PUCRS e na UFRGS (mestrado em comunicação social). Foi bastante cansativo, mas estava muito tranquila. A torcida de vocês funcionou. A maracujina fluidica que o Jairo me mandou funcionou. Também funcionaram as orações e as velas que minha avó gastou acendendo pra rezar. No horário da prova na UFRGS ela acendeu três velas, porque sabe né, era mais concorrido, mais difícil...hehehe
Mas dormi bem antes das provas, estudei muito o ano inteiro e sabia tudo o que pediram nas provas. Tenho certeza que fiz provas muito boas com textos de alta qualidade. Se os avaliadores vão gostar é outra história. Mas eu voltei satisfeita e feliz com meu trabalho.
Estou mais tranquila ainda pras próximas provas (na semana que vem).
Meu corpinho reagiu muito bem aos 4 andares de escada que tive que subir e descer várias vezes lá na minha tia. Mas continuo detestando escada. Minha panturrilha detesta ainda mais.
Mas pior que as escadas só as cadeirinhas de braço na sala apertada e abafada da UFRGS. Tudo bem, eu sei que faculdade federal não investe grandes coisas no conforto da sala de aula. O ventilador que tinha na minha sala, por exemplo, só existe lá e em museu. Aqueles antigões de ferro. Mas o ventilador não era nada perto daquela cadeirinha do capeta.
Lembro que quando eu estava no colégio proibiram as cadeiras de braço nas escolas (pelo menos nas escolas aqui da região) porque faz um mal danado pras costas. Não tem como ficar sentado com uma boa postura naquelas cadeirinhas. Pois é, mas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul eles tão pouco ligando pra saúde dos alunos. Eles que se virem e se sentem mal naquelas coisinhas lá. Pior, é daquelas cadeirinhas sem estofamento nem nada. Madeira dura mesmo. Nem preciso dizer que estou com muita dor nas costas por conta dessa coisa aí né? Sentei nessa maldita cadeira às 8h da manhã e só saí às 12h. Levantei por alguns minutos pra ir ao banheiro. Foi duro.
Devia ter alguma lei que garantisse o bem estar do aluno né? Não sei se existe, mas se não existe, algum desses candidatos a qualquer coisa política devia fazer. Tudo bem, é mais caro fazer uma mesa decente com cadeira separada. Ainda mais pra uma instituição pública. Mas, o dinheiro que iria pra compra de mesas e cadeiras ergonômicas está indo pra tratamento médico e fisioterapêutico de quem já ficou torto e doente por causa da má postura. É melhor gastar dinheiro prevenindo que remediando. Até porque, o valor de mesas e cadeiras é bem menor que um tratamento de saúde e/ou uma pessoa "encostada" ou precocemente aposentada por problemas de coluna.
Reclamação feita.
Bom, não consegui visitar nem a Feira do Livro, nem a Bienal do Mercosul. Choveu muito durante todo o fim de semana. Aliás, tomei 2 banhos de chuva daqueles de entrar em casa pingando água. Não havia guardachuva que adiantasse. Final de semana que vem, quando retornar à POA, vou tentar ir nesses dois eventos.
Amanhã comento sobre as diversões do findi, afinal, a vida não pode ser só dureza né?
Até amanhã!
Bjs

Dica de filme: hoje faz 20 anos que derrubaram o Muro de Berlim. Vale a pena dar uma olhada no filme Adeus Lenin! Filme muito bom e divertido sobre o fato.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Miscelânea

Oi amigos, blz?
Hoje eu deveria estar nervosa, comendo todas as unhas das mãos e dos pés, comendo que nem porca, etc. Hoje à noite vou pra Porto Alegre, pra começar minha maratona de provas de seleção de mestrado. Amanhã faço prova na PUC e sábado na UFRGS, os dois pra mestrado em comunicação social.
Quando descobri a EM, a primeira coisa que o médico disse foi: tente não se estressar ou ficar nervosa, porque os sintomas pioram muito com o estresse.
Parece que eu nasci pra ser relax. Quer dizer, sou elétrica, faço trocentas coisas ao mesmo tempo, agito horrores, mas sou relax porque não fico nervosa em situações de tensão como provas, apresentação em público, entrega de monografia, etc.
Meu cérebro desenvolveu um tipo de "nervosismo ao contrário". Quando é pra eu ficar nervosa, nas situações tensas e decisivas da vida, eu sinto como se nada estivesse acontecendo. Chego a dormir de preocupação. Isso mesmo, durmo demais. Acho que é pro tempo passar mais rápido e chegar logo a hora da prova, por exemplo.
Vou dizer pra vocês, isso é ótimo. Claro, estou ansiosa, afinal, passei o ano todo estudando pra isso. Mas é aquela coisa: o que eu sei, eu sei, ta aí no meu cérebro e na hora certa eu vou lembrar. O que eu não sei, não adianta eu me preocupar, afinal, não vou aprender em uma hora. Se eu passar, ótimo, é o que eu busco, o que eu quero mesmo. Mas, se não me chamarem, paciência, sempre vai ter alguma coisa pra fazer nessa vida.
Acho que pensar assim é bom não só pra quem tem EM e precisa preservar mais a sua saúde, mas pra todo mundo, que vive preocupado nesse mundo maluco.
Há alguns dias vi uma frase que dizia: Na vida há muito que se pensar, mas nada pra se preocupar. Acho que é isso mesmo, temos que pensar no que queremos, no que faremos, no que é bom ou ruim pra gente. Mas preocupar-se só aumenta a tensão de viver, atrapalha nas atividades do dia a dia, tira a concentração e abafa os prazeres da vida.
Vou voltar pro blog só segunda-feira, afinal, prova de manhã e tarde, por dois dias, dá um cansaço mental danado. Espero voltar com boas novidades e mais histórias pra contar. Aliás, até o fim do mês vai ser tenso. Tem mais 3 viagens e 3 provas.
Como vou me ausentar, vou deixar mais coisas hoje aqui pra vocês.


A primeira coisa, que não posso esquecer de jeito nenhum, é de dar os parabéns e desejar muitas, muitas e muitas felicidades pra Regina, que faz aniversário nesse domingo, dia 8. Apesar de não nos conhecermos pessoalmente, sinto como se fossemos amigas de infância. A melhor coisa que esse blog me trouxe foi a amizade de pessoas como você Regina. Um super abraço e mtos bjs!



Abraços e parabéns dados, preciso agradecer a todos que leem o blog e me ajudam a continuar tendo esperança na vida e na humanidade. Vocês não imaginam o quanto são importantes no meu dia a dia. Ah, e o quanto me ajudaram a me manter focada nos estudos esse ano.
Há 6 anos, na última aula do cursinho pré-vestibular, um professor nos mostrou um vídeo, que meses depois fez muito sucesso na voz do Pedro Bial. Vocês devem conhecer a mensagem "Filtro Solar". Chegou a encher o saco numa época né. Mas desde aquele dia, trago parte dessa mensagem dentro de mim, porque diz muito sobre quem eu sou e como eu penso. Como falei muito sobre o calor essa semana, vou deixar aí embaixo o vídeo original em inglês, porque é realmente uma mensagem muito boa pra todos nós.
Além do texto lindo, tem a música. Eu gosto dessa música desde que ouvi na trilha sonora de Romeu e Julieta. Vi o filme trocentas vezes porque eu era louca pelo Leonardo DiCaprio. O gosto pelo DiCaprio se foi, mas pela música continuou. E, quero dizer o refrão dela pra vocês:
"Irmão e Irmã, juntos nós vamos passar por isso
Um dia, um espírito irá te levá-lo e guiá-lo lá
Eu sei, você está sofrendo, mas eu estou esperando para estar lá para você
E eu estarei lá te ajudando sempre que eu puder
Todo mundo é livre, todo mundo é livre para se sentir bem"
Ah, e escolhi colocar o original por 2 motivos: 1. Porque acho muito mais bonito. 2. Porque com o Pedro Bial falando parece que a qualquer momento ele dirá, a la BBB: você é o eliminado de hoje... hehehehe.









Se vocês quiser dar muitas risadas, veja as sátiras da mensagem, feitas por Rafinha Bastos e pela turma do Pretinho Básico, programa de rádio mais divertido do sul do país:








Em tempo: Se você não gosta de ver vídeos na internet, leia a mensagem aqui.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Incontinência verbal

Oi gentes, blz?

Passando pelo blog do Jairo hoje li uma declaração duma atrizinha da Globo que ainda não entendi. Sabe né, essa gente famosa tudo tem o tal do Twitter. Parece que a dona moça chamada Thaila Ayala (ela fez um papelzinho mixuruca na novelinha Malhação e outro mais mixu ainda na novela das Índias) ia viajar e soltou as seguintes frases no seu diário de pouquíssimos caracteres, em menos de 2 minutos:
"Como e ruim sentar na primeira cadeira do avião... Todo mundo fica te olhando como se fosse paraplégico!"
"E eu fico olhando todo mundo como se fosse o dono do lugar, pois sentei na primeira de bicão! Kkkkkkkkk"
Jisus, que que ela quis dizer?
Bom, paraplégico é incapacitado "das pernas" e ela, pelo visto, é incapacitada do cérebro. Desculpa gente. Não gosto de falar dos outros, e acho que todo mundo dá seus deslizes por aí. Mas escrever uma bobagem dessas na internet e ainda dar risada só pode ser um problema: incontinência verbal.
Eu sei que todo mundo olha uma pessoa em cadeira de rodas ou de bengala (a minha bengala virou quase atração na cidade) de forma diferente. Tudo bem, é uma coisa diferente, talvez a pessoa que olha com aquela cara de bobo deve pensar: nossa, deve ser ruim esse bicho aí. Por isso não reclamo dos olhares diferentes. Acho chato, mas o ser humano olha o diferente de forma diferente mesmo. Isso é normal.
Agora, ligar a internet pra escrever uma frase dessas, só pode ser incontinência verbal. Aquela coisa de gente que não pensa antes de falar. As palavras saem naturalmente e com muita pressa. Por isso, o número de besteiras é muito grande. Política à parte, nosso presidente é um grande exemplo de portadores dessa doença também. Nem preciso lembrar de exemplos né?
Eu prefiro ter Esclerose Múltipla que Incontinência Verbal. Porque além de falar besteira, outros sintomas ligados à essa doença é a ignorância, seguida da burrice e da falta de gentileza. Ou será que essa menina não sabe que paraplégico também é gente? Vai ver ela acha que paraplégico não tem acesso a Internet. Vai saber. Pra quem tem uma opinião dessas, nada mais me surpreende.
Por isso que eu digo, pense sempre antes de falar sobre uma doença, condição física ou mental, afinal, sempre tem alguém que tem essas deficiências. Humor negro é uma coisa. Fazer piada da condição é uma coisa. Mas abrir a boca pra falar sério, ofende, magoa e perpetua o comportamento discriminatório com as pessoas portadoras de deficiência.
Não escrevi nada lá no Twitter da moça porque não tenho Twitter. Porque? Não sei se consigo escrever tudo que quero em 140 caracteres. Digamos que é uma opção de vida minha...hehehe
Talvez qualquer hora eu entre nessa rede aí, pra seguir meus amigos e ler essas asneiras que largam por lá também.
Ah, e Thaila, já que você tem um corpinho perfeito, escuta quem tem cabeça: como os seus papéis na tv não são grande coisa, mas você é famosa, aproveite a fama pra fazer algo de bom. Sua frase é uma prova da discriminação existente ainda no mundo. Que infelicidade!



Até amanhã!
Bjs


Em tempo 1: Hoje uma pessoa muito especial, que eu gosto muito está fazendo aniversário, Maria Luiza Caser. Apesar de não nos vermos com a frequencia que gostaria, você está no meu coração. Muitas felicidades!!!

Em tempo 2:
Blog do Jairo: http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/

Twitter da mocinha: http://twitter.com/Thailaayala

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Prevenindo

Oi gentes, blz?
Hoje continua muito quente por aqui. Resolvi me mudar, da sala da televisão para a sala do computador, onde tem ar condicionado. Muito melhor.
Já falei por aqui sobre pegar sol, que pode fazer bem, por causa da vitamina D (não leu? clique aqui ). Pegar sol pode fazer bem, se for nos horários certos, com filtro solar e pouco tempo de exposição.
Nunca entendi muito bem porque tanta gente fica debaixo do sol pra "pegar uma cor". A única cor que a maioria das pessoas pega é a vermelho camarão. Bom, eu não preciso de dois dias na praia com protetor solar 30 pra ficar negona. Essa minha pele de índio guarani escurece em dois tempos (às vezes em um tempo só).
Mas gente, não vamos esquecer também do câncer de pele né. Já que a EM a gente não pode evitar, que tal evitar câncer de pele se protegendo do sol hein?
Tá, entendo que quem é muuuuuito branquelo queira ficar mais moreninho no verão. Mas, sinceramente, eu não acho feio pele branquela. Aliás, acho muito bonito aquelas pessoas de pele branca parelhinha, que nem boneca. Você tem pele assim e não gosta? Tudo bem, pode se bronzear, mas com alguns cuidados básicos. Se você tem pele branquela e EM, mais cuidados ainda.
A pele é o maior órgão do corpo humano, responsável pela regulação da temperatura do corpo, pela reserva de água, vitamina D e gordura. O câncer de pele, é o câncer mais frequente e corresponde a 25% de todos os tumores malignos do Brasil. E qual é o maior causador do câncer de pele? A radiação ultra-violeta, que vem do sol.
Como a pele do meu rosto é meio carepenta (com acne e essas perebinhas), uso creminhos desde muito cedo, e junto com eles, criei o hábito de passar filtro solar no rosto todos os dias, várias vezes ao dia, mesmo quando fico só em casa.
Quase não fico no sol. Só pego sol mesmo quando vou à praia, mas também não me estiro na areia pra isso. Pelo contrário, passo filtro solar 30 e repasso ele várias vezes, pra garantir que não saiu com o suor ou água do mar.
Lendo sobre modos de prevenção, descobri que estou fazendo tudo direitinho. Deve-se usar um filtro solar (fator 15 no mínimo) que proteja contra os raios UVB e UVA (isso vem escrito na embalagem do produto), óculos de sol, guarda-sol, chapéu e não ficar exposto ao sol das 10h às 16h. Só peco por não usar chapéu. Me esquenta muito a cabeça. E com toda essa cabeleira preta (meu cabelo é "preto pocahontas", hehehe), meu couro cabeludo está bem protegido.
O verão ta aí, o sol vem nos cumprimentar quase todos os dias e nós podemos ficar um pouco com ele, mas tomando cuidados como proteger a pele e tomar bastante líquido pra não desidratar.
Já disse por aqui, mas não custa repetir, quem tem EM tem que tomar sol da mesma forma que bebê pequeno: no início da manhã e final da tarde, e com muita proteção. Eu diria que também com alguém de companhia. Vai saber quando que a fadiga vai chegar, ou a pressão vai baixar né?! Prevenir é melhor que remediar.
Até amanhã!
Bjs

Em tempo 1: as câmaras de bronzeamento artificial emitem raios UVA (e algumas também emitem UVB) de forma concentrada, por isso, deve-se ter muito cuidado também com esse tipo de procedimento. O ideal é, antes de fazer bronzeamento artificial, consultar um dermatologista, que poderá avaliar melhor a sua pele e poderá te explicar detalhadamente os riscos desse procedimento e cuidados a serem tomados.

Em tempo 2: Mais sobre câncer de pele, prevenção e detecção: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=333

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Derretendo

Oi amigos, blz?
Estou aqui, na frente do meu ventiladorzinho, tentando aplacar o calor de "30 e todos" graus que está fazendo nesse feriado.
Se você é novo nessa doença, deve estar estranhando as molezas que vem junto com o verão. Mas não se preocupe. Acontece com todos nós. Aliás, moleza num calorão desses é normal com todo mundo, esclerosadinhos ou não.
Entretanto, o calor pode aumentar bastante os sintomas da EM. Sintomas como alterações de visão, formigamento, fadiga muscular e falta de coordenação são sintomas clássicos da EM que podem piorar muito com o calor.
Parece coisa de gente chata e indecisa: um dia reclama do frio, daí esquenta e reclama do calor. Mas é isso mesmo. Calor e frio em excesso são péssimos. Pelo menos pra mim. O ideal é aquele clima de meia estação. Quente o suficiente para usar pouca roupa e frio o suficiente para não ficar molhada de suor.
Como sempre tive "ataques" de queda de pressão, nunca fui muito fã de lugares como saunas, piscinas térmicas mega quentes, banheiro cheio de bafo do chuveiro e sol direto. Agora, muito menos. Porque hoje, além de correr o risco de desmaiar com a pressão lá nos pés, fico moleeeeenga e meio "inútil".
Conselho pros esclerosados: evite ambientes muito quentes, pegar sol direto, câmara de bronzeamento, saunas, piscinas com temperaturas acima de 25 graus, enfim, evite ficar muito tempo em lugares que você passe muito calor.
E mais, tome bastante líquido, coma comidas mais leves, refresque-se e, quando se sentir fadigado, pare, sente e espere o cansaço passar. Quanto mais você forçar o corpo a fazer algo que ele não está apto a fazer, mais você estará judiando dele.
Agora vou para a fase 3 do meu programa para refrescar o corpo e a cuca. O primeiro foi comer picolé de limão (adoooooro). O segundo, ligar o ventilador. Agora, vou tomar uma cervejinha estupidamente gelada. Tin-tin!
Até amanhã!
Bjs