quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sentimentos do dia-a-dia

Oi amigos, tudo bem?
Tenho ido pra aula de ônibus. E, ao contrário do resto do mundo, aqui em Porto Alegre a maioria das pessoas respeita o lugar do idoso, deficiente, grávida e obeso. E vocês não vão acreditar, mas se, alguém como eu, que não aparenta ter nada, diz: por favor, eu tenho um problema motor, você poderia me ceder seu lugar?, as pessoas te dão o lugar. Quer dizer, isso é o que tem acontecido comigo desde que cheguei aqui.
Andar de ônibus com a minha irmã é um parto. Porque ela não consegue se segurar com o ônibus andando. Então, temos que pedir pro motorista ou pro cobrador esperar ela sentar e tudo mais. Nós já estamos acostumadas com isso.
Mas ontem, indo pra aula, vi uma cena que, confesso, me deixou com os olhos cheios d'água.
Entrou no ônibus um pai com o filho adulto, aparentemente com algum tipo de deficiência mental. Ele com toda a paciência que é dada aos pais de crianças diferentes ajudou o filho a se sentar e ficou ali de pé, com o ônibus em movimento.
O que tem de extraordinário nisso? Pra maioria das pessoas, nada. Eu fiquei olhando e pensando: nossa, eu poderia ajudar muito mais minha mãe com a minha irmã. Criar um deficiente mental não é bolinho. E quando eles viram adultos, continuam crianças. Mas olhando aquele corpo adulto, esperamos comportamentos adultos. E a paciência que tínhamos para cuidar da criança, parece que se vai pro espaço.
A maioria dos pais tem paciência com as crianças, porque sabem que elas vão crescer e aquela fase vai passar. Pais de crianças eternas vem pra terra com um saco de paciência extra.
O que isso tem a ver com EM? Talvez nada. Mas precisava contar isso pra vocês. Porque sei que muitas mães leem o blog. E sei que filhos deficientes ou doentes não são os filhos que elas sonharam enquanto os tinham no ventre. Entretanto, foi o filho que lhes foi dado. E essas mães são exigidas demais.
Por isso me emocionei. Lembrei da minha mãe, que entra no ônibus e deixa as duas filhas sentarem enquanto ela fica de pé. Pensei em quanto eu poderia ajudá-la se não tivesse EM. Mas aí lembrei que não adianta, eu tenho EM e ponto final.
Não é uma reclamação. Apenas um sentimento. Sei que ela vai dizer que eu ajudo no que posso e blablabla. Mas sentimentos não são racionais. E sentimentos como esse tomam meu coração de vez em quando.
Deveria guardar esse post pro dia das mães (hehehehe), mas já serve como homenagem as mamães que nos ajudam a seguir em frente.
Até mais!
Bjs

5 comentários:

  1. É realmente maravilhoso, Divino pensar que estas crianças são eternas,difícil é para muitos entender que somente pais especiais tem filhos especiais, são pessoas escolhidas a dedo por Deus para acompanhar estas eternas crianças nesta jornada terrena.

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  2. Com certeza essa mães são super-especiais!

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  3. Amei seu blog! meu nome é Fernanda estou um pouco fragilizada por que descobri que minha filha pode ter EM os médicos ainda estão pesquisando, ela tem 8 anos é uma linda menina tenha muita FÉ que tudo vai dar certo para todos nos, FICA NA PAZ DO SENHOS JESUS!

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