quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O paciente 2.0


Oi gentes, tudo bem?
Bom, hoje eu trago o vídeo com a palestra do Dr. Guilherme Olival, neurologista da Santa Casa de São Paulo e também blogueiro. Por estar nos dois lados, como médico e como blogueiro, o Dr. Guilherme falou sobre o decisão compartilhada e o "paciente 2.0".
Uma coisa que eu reparei lá no Encontro e, depois conversando com outras pessoas também percebi, que nem todo mundo sabe o que esse "dois ponto zero" significa. E fica todo mundo usando isso como se fosse muito óbvio pra todos. Mas não é!
Então, vamos lá, que a tia Bruna explica o que é. A internet, essa coisa maravilhosa que nos une (e nos separa também), surgiu no final da década de 1980. Durante toda a década de 1990, era possível acessarmos páginas na internet, mas dificilmente uma pessoa sem conhecimento de linguagem de programação conseguiria criar uma página própria para escrever sobre sua vida, como esse blog, por exemplo. Era necessário ter um conhecimento técnico muito específico pra fazer essas coisas. Aí, no iniciozinho dos anos 2000 houve uma revolução na internet com o surgimento de ferramentas e plataformas que facilitaram a criação e publicação de conteúdo por qualquer pessoa no planeta que tivesse um conhecimento mínimo de escrita. A esse momento se deu o nome de Web 2.0 (mais precisamente em 2004). Esse "dois ponto zero" quer dizer, na verdade, ampla participação de todos os envolvidos. Mesmo aqueles que tem pouco conhecimento técnico da coisa.
Assim o Paciente 2.0 é aquele que tem ampla participação nas decisões sobre o andamento do seu tratamento, mesmo não sendo ele o detentor do conhecimento sobre doença e saúde. Aquela coisa do médico sabichão, que era quase onipresente, onisciente e chato pacarai porque achava que comandava a vida do paciente acabou. Ainda tem uns bocó se formando e achando que é alguma grande coisa só porque fez faculdade de medicina. Ainda tem uns e outros que acham que existe uma hierarquia de o médico manda e o paciente obedece, de preferência, sem fazer perguntas.
As pessoas estão ligadas em tudo que acontece não só no mundo, mas no corpo delas também. As pessoas sabem que tem direitos sobre o próprio corpo e assumem suas escolhas. As pessoas chegam nos consultórios sabendo sobre o seu diagnóstico antes mesmo dele ser dado. As pessoas leem blogs, olham vídeos, têm acesso às últimas pesquisas médicas em tempo real. Então, nada mais justo que a decisão sobre o que faremos com nossos corpos, enquanto pacientes de EM, seja compartilhada com o médico.
Claro que os dois lados tem responsabilidades sobre essas decisões e são responsabilidades diferentes. E claro que eu não defendo aquelas pessoas que se acham muito sabichonas e querem ensinar o médico a ser médico. Mas, sim, os médicos precisam aprender a ter esses novos pacientes, que são bem informados, são questionadores e que buscam qualidade de vida. Aliás, paciente bem informado costuma ser paciente que adere melhor ao tratamento, que ensina melhor seus familiares e que lida melhor com as mudanças ocasionadas pela doença.
Bom, fiquem com o vídeo e com a conversa que tivemos no Encontro de blogueiros de EM sobre esse Paciente 2.0:


Até mais!
Bjs

p.s.: falando nisso, escrevi há um tempinho atrás um texto sobre como ser paciente lá na AME e tá bem legal também! Confira!

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